Comentário de filme: “Death Proof”, de Quentin Tarantino, segmento de “Grindhouse” (2007)


Death Proof” é o segundo segmento do filme “Grindhouse”, precedido por “Planeta Terror”, de Robert Rodriguez, que foi exibido nos cinemas brasileiros em 09/11/07. Inicialmente previsto para ser também exibido nas telas grandes, e que provavelmente receberia o título de “À Prova de Morte”, o filme dirigido por Quentin Tarantino é decepcionante e surpreendente ao mesmo tempo. Decepciona porque é longo demais e exageradamente chato em infindáveis cenas de diálogos que não acrescentam nada à história. Por outro lado, o filme surpreende por mostrar uma violentíssima cena de choque frontal entre dois carros em alta velocidade, detalhando as inevitáveis mortes sangrentas de seus ocupantes. E também por causa de uma longa seqüência de perseguição de carros, extremamente frenética e realista, sem o uso de computação gráfica, recurso que artificializa as filmagens de cenas similares em outros filmes.

A história é sobre um dublê psicótico, Mike McKay (Kurt Russell), que gosta de perseguir, aterrorizar e matar garotas utilizando seu carro como arma letal. O primeiro grupo de vítimas é formado por Pam (Rose McGowan), Arlene (Vanessa Ferlito), Shanna (Jordan Ladd), Julia (Sydney Taimiia Poitier) e Lanna (Monica Staggs), que sentem a fúria do psicopata e seu carro assassino. Depois, o dublê enfrenta outro grupo mais determinado e disposto a se vingar, formado por Lee (Mary Elizabeth Winstead), Albernathy (Rosario Dawson), Kim (Tracie Thoms) e Zoe Bell (interpretando ela mesma, uma dublê).

Após assistir os dois filmes e os vários trailers falsos de “Grindhouse”, totalizando mais de 3 horas de duração, fica a impressão nítida de que o episódio de Robert Rodriguez, “Planeta Terror”, é super divertido, sangrento e exagerado, e o segmento de Quentin Tarantino, “Death Proof”, apesar das cenas da batida frontal de carros e a perseguição implacável no desfecho, é cansativo e sonolento no excesso de diálogos desinteressantes entre as fúteis garotas. Aliás, empatia com o espectador parece existir apenas com o vilão interpretado por Kurt Russell, pois as mulheres, depois de tanta tagarelice, tornaram-se um convite ao tédio.