Comentário de filme: “O Exército do Extermínio” (The Crazies, 1973), dirigido por George Romero


Um avião cai próximo a Evan´s City, uma pequena cidade no Estado americano da Pennsylvania. Porém, ele estava transportando uma carga perigosa, um tipo de arma bacteriológica, num projeto secreto chamado “Trixie”. O vírus contagioso de uma vacina experimental criada em laboratório atinge a reserva de água local e chega até os habitantes da cidade, que foram contaminados e passaram a demonstrar sinais de loucura, com comportamentos violentos. O exército logo interfere, invadindo a cidade para tentar conter a epidemia, instaurando um estado de quarentena, sob o comando do Major Ryder (Harry Spillman) e do Coronel Peckem (Lloyd Hollar), que recebem o auxílio do cientista Dr. Watts (Richard France), que estuda o vírus para descobrir um antídoto, a possibilidade de alguém imune à doença e uma forma de controlar o contágio. No meio da imensa confusão e caos que se abateu sobre a cidade dominada pelo exército, um grupo de habitantes tenta entender a situação e escapar, formado pelos bombeiros Clank (Harold Wayne Jones) e David (W. G. McMillan), a namorada grávida de David, a enfermeira Judy (Lane Carroll), além de um pai de família, Artie (Richard Liberty), e sua filha Kathy (Lynn Lowry).
O Exército do Extermínio” (The Crazies) é uma produção de 1973 com direção do especialista George Romero, o pai dos zumbis no cinema, que lançou cinco anos antes o clássico “A Noite dos Mortos-Vivos” (Night of the Living Dead). O tema pode ser considerado hoje como algo comum e largamente explorado, mas para o início dos anos 70 do século passado, a idéia despertava bastante interesse, ao mostrar uma cidade sitiada pelo exército para tentar conter uma epidemia catastrófica, transformando as pessoas em assassinas enlouquecidas, por causa dos efeitos descontroláveis de um vírus experimental de guerra. Os militares tratam o assunto como um problema que deve ser solucionado de forma lógica, ou seja, utilizando de violência e extermínio se necessário, para evitar conseqüências piores, como uma disseminação em larga escala para outras cidades. Por isso, não faltam tiroteios, desespero, loucura, assassinatos frios, mortes violentas, de ambos os lados, tanto dos soldados do exército invasor, como dos habitantes que tentam resistir e fugir do caos. É um dos filmes da carreira de Romero que é sempre lembrado por seus fãs, e também como uma referência da temática de epidemia e forma violenta de tentar mantê-la sob controle.
Curiosamente, aumentando as estatísticas de refilmagens (e confirmando a falta de criatividade dos roteiristas), “O Exército do Extermínio” também está ganhando a sua versão mais atualizada, com previsão de lançamento em 2008 e direção de Breck Eisner.