Está disponível a edição virtual e gratuita do fanzine “Juvenatrix” número 178


Para solicitar sua cópia em formato PDF, envie um e-mail para: renatorosatti@yahoo.com.br
Conteúdo:
“Juvenatrix” número 178 (Junho de 2016), 13 páginas.
Capa: “Angelo Junior”.
Contra capa: “Legions of Destruction” (“Belphegor”).
Metal: “Exorcist” (EUA).
Divulgações e curiosidades.
Contos de Douglas da Silva Mesquita e RR.
Artigo (por RR): “Guerra dos Mundos”.


Está disponível o número 13 do fanzine impresso de Horror e Ficção Científica “Boca do Inferno”


“Boca do Inferno” número 13 (Julho de 2016), 2 páginas, formato A4.
Textos de cinema fantástico: “A Casa dos Horrores Mortais” (The Strange and Deadly Occurrence, EUA, 1974), “A Mosca da Cabeça Branca” (The Fly, EUA, 1958).
Versão impressa distribuída gratuitamente em eventos. Ou solicite a versão em PDF por e-mail.
Fanzine representante do site de Horror “Boca do Inferno” (www.bocadoinferno.com.br) e blog de divulgação “Infernotícias” (www.infernoticias.blogspot.com).
Contatos: marcelomilici@yahoo.com.br e renatorosatti@yahoo.com.br


Divulgação de blog: “Poeira de Museu”



Conto de horror: “Esmagamento Craniano” (1997)


Esmagamento Craniano                   por RR

                Após o primeiro golpe do pesado martelo sobre sua cabeça, ele pode ouvir o ruído característico do crânio se despedaçando, e partes do cérebro em meio ao sangue abundante tornaram-se visíveis. Deu um sorriso sarcástico e mais golpes se seguiram, jorrando o vital líquido vermelho para todos os lados. A cabeça do homem aos poucos tornou-se uma pasta gosmenta de ossos esmagados misturados com miolos. O corpo tremeu por alguns instantes, refletindo espasmos do sistema nervoso, mas depois cessou e permaneceu inerte. A cada golpe da imensa marreta, e foram muitos, ele aplicava mais força, movido por uma ira infernal e incontrolável.
                Estava satisfeito agora, pois sua vítima estava morta, aguardando apenas o apodrecimento lento da carcaça de carne, na qual os vermes iriam se alimentar em meio às vísceras e o sangue coagulado, e se divertir com a putrefação do cérebro esmagado.
                Agora já poderá voltar ao seu mundo sombrio, onde a solidão e a dor reinam absolutas na macabra escuridão do infinito.
                Retornará satisfeito para seu túmulo frio, pois sua vingança foi consumada... Ele matou seu assassino.

Obs.: Conto escrito em 1997 e publicado originalmente nos fanzines “Astaroth” 12, “Pesadelo” 3, “Boca Suja” 15 e “Skeletons of Society” 3. Foi adaptado para os quadrinhos como “Vingança do Além”, por Joás Dias de Lima e a HQ foi publicada nos fanzines “Juvenatrix” 14, “Fâ Sim HQ” 11 e “Pesadelo” 5.

“DEVIR BRASIL” LANÇA SHIROMA, MATADORA CIBORGUE, de ROBERTO DE SOUSA CAUSO


Título: Shiroma, Matadora Ciborgue. Autor: Roberto de Sousa Causo. Arte de Capa: Vagner Vargas. Editora: Devir Livraria. Número de páginas: 246. Formato: 14 x 21 cm, com orelhas; acabamento: laminação brilhante. ISBN: 978-85-7532-624-4. Preço sugerido: R$ 32,00.


A space opera — um tipo ficção científica muito em voga com todo o interesse por filmes como Star Wars, Star Trek e Guardiães da Galáxia, e programas de TV como Battlestar Galactica, Dark Matter e Killjoys — encontra na série de histórias “Shiroma, Matadora Ciborgue”, reunidas agora num livro com o mesmo título, um digno representante brasileiro. São onze narrativas de aventura espacial, com ideias científicas audaciosas e ambientadas em cenários exóticos, escritas pelo experiente escritor de ficção científica e fantasia Roberto de Sousa Causo.

Sequestrada ainda criança, Bella Nunes é o protótipo de um novo tipo de ciborgue com sistemas biocibernéticos supereficientes e indetectáveis. Sob o controle de um misterioso casal de criminosos, ela cresce para se tornar a temível matadora de aluguel e espiã Shiroma, protagonista de uma série de histórias primeiro publicadas no Projeto Portal, uma coleção de seis revistas de ficção científica, do consagrado escritor Nelson de Oliveira — autor de Subsolo Infinito e Poeira: Demônios e Maldições, e duas vezes ganhador do Prêmio Casa de las Americas. É Nelson que faz a introdução a Shiroma, Matadora Ciborgue.

As seis primeiras histórias de Shiroma — somadas a mais cinco narrativas inéditas — estão reunidas neste livro, de forma ampliada e compondo um arco narrativo completo, com a fase inicial das aventuras da personagem nas três Zonas de Expansão Humana pela Via Láctea.

Cumprindo sua primeira missão na Terra — no Bairro da Liberdade, em São Paulo —, Shiroma mais tarde elimina vilões em um dos planetas mais vigiados da galáxia, durante um exercício militar da mais temida tropa de elite humana, no covil de um grupo de revolucionárias armadas de artefatos nucleares, e em uma cidade-parque temático controlada pela implacável organização criminosa conhecida como “T’ien-Ti-Hwey da Era Galáctica”. Provada até o limite em situações de vida e morte, Shiroma tem como seu maior teste não ceder à loucura.

Do mesmo autor de Glória Sombria, romance indicado ao Prêmio Argos de Literatura Fantástica 2015 (promovido pelo Clube de Leitores de Ficção Científica) e primeiro volume da série As Lições do Matador, as dramáticas ações de Shiroma conduzem o leitor por uma galáxia repleta de intriga, violência e crime. O livro é parte do mesmo universo ficcional das Lições do Matador, protagonizado por Jonas Peregrino, personagem principal de Glória Sombria.

Elogios a Shiroma, Matadora Ciborgue

“Shiroma é uma pós-humana: uma garota geneticamente aperfeiçoada, com implantes biocibernéticos e inteligência incomum. É também uma das personagens femininas mais interessantes da contística atual, em tempos de igualdade de gênero e empoderamento da mulher. Ela protagoniza 11 contos de ação e reflexão, em que se entrelaçam perenes conflitos sociais e morais...”
Folha de S. Paulo

 “Shiroma é guerreira, mas às vezes aparece bastante fragilizada emocional e fisicamente, e esse é um ponto importante em toda a série. Isso humaniza a heroína ciborgue... Suas aventuras nas Zonas de Expansão Humana são uma lufada de ar fresco no ambiente modorrento da literatura contemporânea... Uma coletânea densa, que merece mais de uma leitura. Reunidos, os onze contos que a compõem se iluminam, oferecendo muitas camadas secretas.”
—Da introdução de Nelson de Oliveira, autor de Subsolo Infinito

“Conto a conto, a personalidade de Shiroma vai-se construindo aos olhos do leitor, ao mesmo tempo suscitando indagações a respeito de ética, identidade e humanidade frente a um mundo dominado pela tecnologia. Recomendo este livro aos amantes da boa ficção científica e que, sem abrir mão da ação e do entretenimento, também apreciem refletir sobre as questões universais de que sempre se ocupou a literatura.”
—Ana Lúcia Merege
autora de O Castelo das Águias e A Ilha dos Ossos

“Com este novo livro, Roberto de Sousa Causo amplia ainda mais um dos mais ricos e vibrantes universos da space opera contemporânea. Shiroma segue a mesma estirpe ética e arrojada de Jonas Peregrino, do romance Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador, e se estabelece como uma grande personagem da ficção científica brasileira.”
—Marcello Simão Branco
co-autor do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica

Sobre o autor:

Um dos mais experientes escritores brasileiros de ficção científica, Roberto de Sousa Causo publicou pela primeira vez em 1989. Escreveu os romances Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador e A Corrida do Rinoceronte, ambos pela Devir Brasil. Autor de mais de 80 histórias, apareceu em revistas e antologias de Cuba, China, Finlândia, França, Grécia, Rússia e outros quatro países. Seu primeiro livro de contos, A Dança das Sombras, foi lançado em Portugal em 1999. É o ganhador do Projeto Nascente 11, da Universidade de São Paulo e do Grupo Abril, com O Par: Uma Novela Amazônica, e do III Festival Universitário de Literatura, com a novela Terra Verde. Causo é Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo.

Veja mais sobre Shiroma, Matadora Ciborgue e Glória Sombria no site GalAxis: Conflito e Intriga no Século 25, criado pelo ilustrador e webdesigner Vagner Vargas: http://galaxis.aquart.com.br

Assessoria de Imprensa: imprensa@devir.com
R. Teodureto Souto, 624. São Paulo – SP. F.: 55 (11) 2127-8787

PERDIDOS NO ESPAÇO – Editora põe no ar a coleção TV Estronho


          A família Robinson e o piloto da espaçonave Júpiter 2, Don West, foram selecionados para iniciar “a colonização espacial pelo homem além das estrelas”. Criada por Irwin Allen, a série de TV terá sua história contada no primeiro livro brasileiro sobre o tema: “Perdidos no Espaço” (2016), lançamento da Editora Estronho, de São José dos Pinhais, Paraná. O livro editado por Marcelo Amado e escrito por Saulo Adami e Carlos Gomes, tem ilustração de capa de Eduardo Monteiro e será lançado dia 2 de julho, às 16 horas, no Festival Cultural Mondo Estronho, na Cinemateca de Curitiba. A obra abre a coleção “TV Estronho”, que tem como objetivo levar fãs ao encontro de astros e estrelas de séries de TV, inclusive produções brasileiras.
A série de TV “Perdidos no Espaço” foi ao ar de 15 de setembro de 1965 a 6 de março de 1968 e exibida no Brasil a partir de 1966. Inspirou a produção de desenhos animados, longa-metragem para cinema, histórias em quadrinhos e livros. A disputa judicial pela autoria da trama, depoimentos de fãs brasileiros apaixonados pelo tema e mantenedores de fãs clubes, destacam-se na narrativa do livro.
“Minha paixão por ‘Perdidos no Espaço’ começou no início dos anos 1970”, conta Carlos Gomes. “A série passava na TV no período da manhã. Foi amor à primeira vista”. A mesma paixão é compartilhada por vários colaboradores do livro, fãs que vivem no Ceará, em Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Ouvindo as vozes de seus realizadores, os livros da coleção “TV Estronho” reúnem personagens que povoaram cenários da infância e juventude de várias gerações, em diversos gêneros. As obras serão assinadas por autores que também são colecionadores e fãs de cinema e televisão. Abordam temas inéditos no Brasil, a história oficial, os bastidores e segredos das produções que marcaram época e permanecem vivas na memória dos fãs e dos telespectadores assíduos ou eventuais.
Mas, quais serão os próximos episódios da “TV Estronho”?
Os mecânicos Shazan e Xerife procuram a peça que falta para concluir sua invenção: a bicicleta voadora! Criados por Walther Negrão, e vividos por Paulo José e Flávio Migliaccio na telenovela “O Primeiro Amor” (1972), os personagens foram eternizados nos mais de 60 episódios da série “Shazan-Xerife & Cia.” (1972-1974). Permanecem na memória nacional por suas aventuras bem-humoradas a bordo da Camicleta, misto de caminhão e bicicleta – uma oficina ambulante –, ambientação que remetia espectadores aos primórdios do cinema mudo e do circo mambembe.
Criado por Ed Spielman, o monge Kwai Chang Caine é filho de mãe chinesa e pai americano. Em sua viagem ao oeste dos Estados Unidos de 1870 em busca de suas raízes ocidentais, Caine encontra cartazes oferecendo recompensa por sua captura (vivo ou morto) pelo assassinato do sobrinho do imperador da China ao defender seu mentor Mestre Po, assassinado pela comitiva imperial. Na série “Kung Fu” (1972-1975), o papel pretendido por Bruce Lee é interpretado por David Carradine. O personagem que não usa revólver nem cavalo, evita lutar, tem fala mansa e é adepto da meditação, inspirou telefilmes, duas séries de televisão, histórias em quadrinhos e livros. “Shazan-Xerife & Cia.” e “Kung Fu” serão assinados por Saulo Adami.

Divulgação de fanzine: “Convento Negro Zine”


Patch gigante do “Metallica” do final dos anos 80, dos tempos em que a banda era Thrash Metal


Conto de horror: “Cidade Fantasma” (1995)


CIDADE FANTASMA                por RR

            Caminhando entre as ruínas de uma pequena cidade no início desse século, o jovem Anderson Souza, de 25 anos de idade, observava ao seu redor uma brutal devastação, muitos corpos estraçalhados ou carbonizados em meio à destroços e um odor fétido de morte emanando dos cadáveres podres que foram massacrados. Ele estava ali, dois dias após a carnificina, observando a destruição total de uma cidade que não mais existia. A pequena vila no Estado de Goiás, interior central do Brasil, estava agora inexplicavelmente morta. O jovem parecia hipnotizado ao visualizar os escombros a sua volta, pensando estar vivendo um terrível pesadelo, onde a morte reinava soberana e satisfeita com sua vitória. Mas tudo era real. E nem o forte cheiro desagradável de putrefação proveniente da decomposição da carne parecia afetá-lo.
          Aquela era a sua cidade, mas ele não sabia o que havia acontecido. Estava ausente há duas semanas, acampado nas montanhas muito longe dali, descansando e pescando solitariamente. Ao retornar, encontrou tudo aniquilado e esmagado de maneira impiedosa.
        “Seria uma guerra?”, pensou. “Provavelmente não, pois não existem armas tão poderosas capazes de tamanha destruição”, concluiu.
         Os destroços não pareciam terem sido causados pelas armas convencionais que Anderson conhecia.
            Retomou a caminhada, agindo instintivamente, pisoteando escombros e restos de cadáveres que um dia foram seus amigos. Em certo ponto, ouviu um gemido agonizante próximo e localizou um homem ainda consciente entre as ruínas. Correu em sua direção e o pegou nos braços. O pobre homem não tinha uma das pernas e o sangue lhe cobria todo o corpo. Estava morrendo há dois longos dias. Delirando, balbuciou algumas palavras utilizando suas últimas forças:
             - Cuidado! Eles podem voltar!
             Mais alguns instantes se passaram e o homem morreu.
           O rapaz prosseguiu a jornada pensando nas palavras finais de agonia de um homem à espera da morte. “O que será que ele queria dizer com Eles podem voltar!?”
            Após caminhar por cerca de meia hora na cidade fantasma, o jovem repentinamente avistou no céu um estranho objeto de formato discóide repleto de luzes sobrevoando à baixa altitude a pequena vila, algo nunca visto antes. Depois apareceram muitos outros iguais, rompendo o silêncio da morte com o ruído de motores em funcionamento. O rapaz fugiu em desespero, sem entender nada, correndo por sua vida, tomado de medo e pavor.
            Ao olhar novamente para o céu, seu espanto não tinha dimensões após avistar uma gigantesca espaçonave exatamente sobre sua cabeça. O imenso disco pairava acima da pequena cidade destruída, não muito longe do solo. Ele então viu que as primeiras naves entravam e saíam dessa outra enorme.
           Agora Anderson, mergulhado em agonia, pensou estar totalmente insano perante o que via a sua volta.
       Eram seres alienígenas que preparavam um novo ataque. Suas intenções não pacíficas consistiam numa invasão em massa do planeta, destruindo tudo que encontravam. Seus objetivos eram dizimar toda forma de vida inteligente e se apossar do planeta para torná-lo seu mundo.
           Sem tempo para reagir, o jovem foi atingido por uma arma desconhecida disparada por um dos objetos menores. O tiro certeiro explodiu sua cabeça, espalhando pedaços de seu cérebro num raio de alguns metros e derrubando seu corpo inerte ao chão, mergulhando numa imensa poça de sangue e miolos.
          Eles voltaram...

Obs.: Conto escrito em 1995 e publicado originalmente nos fanzines “Astaroth” 19 (1999) e "Arghhh" 5.