“O Carneador” é um curta metragem de cerca de dez minutos de duração, produzido por Marcio Cannibal Strzalkowski.
Está disponível no “Youtube” pelo link: http://br.youtube.com/watch?v=oqV06wRVDD0
Feito sem orçamento, a história é sobre um assassino que contrata os serviços de uma prostituta para seduzir vítimas aleatórias nas ruas noturnas de Porto Alegre, para depois entrar em ação com sua faca e conseguir a matéria-prima para seus churrascos.
A seguir, o texto pode conter “spoilers” e é recomendável ver o filme antes de ler os comentários.
O vídeo tem seu interesse principalmente pelo início misterioso, com o assassino filmado apenas pelas costas e com uma voz gutural quase irreconhecível, ao negociar com uma mulher para que ela consiga ludibriar as vítimas, preparando-as para o abate pelo “carneador”. As cenas dos ataques do assassino são extremamente toscas, justamente pela falta de recursos, e esse fato tornou-se positivo, demonstrando um grande idealismo para se fazer um filme, independente das condições desfavoráveis. A inserção da imagem da face do assassino com uma expressão de ódio absoluto, em cortes rápidos e bruscos durante as cenas que precedem a morte da primeira vítima é também muito interessante, se encaixando perfeitamente no contexto, e lembrando situação similar no clássico “O Exorcista” (a versão estendida de 2000), com a face do demônio também surgindo em flashes rápidos em determinados momentos da história.
Na primeira versão de “O Carneador”, o diálogo entre a prostituta e sua vítima está difícil de compreender, muito baixo e às vezes inaudível, e tanto essa cena poderia ser mais objetiva, com menos conversa; assim como a seqüência final, da preparação do churrasco, que também poderia ser mais curta, uma vez que já foi claramente percebido o destino da vítima.
Já na versão final, que tem alguns minutos a mais, essas pequenas falhas foram minimizadas, com um resultado bem melhor. Tem também o acréscimo de mais mortes e uma pitada de crítica social no desfecho, com o surgimento de um delegado de polícia corrupto que incentiva a impunidade.
Ficou faltando ainda a colocação dos créditos, indicando os responsáveis pela realização do filme, como direção, roteiro, produção, edição e elenco. E, na condição de fã do vídeo, tomo a liberdade de até apresentar uma idéia de final alternativo: como a prostituta está tentando denunciar as ações do assassino, ela poderia ser descoberta e morta de forma violenta (como as demais vítimas, que inclusive foram seduzidas por ela), e o assassino triunfaria uivando vitorioso para a lua cheia, como um verdadeiro predador ensandecido por sangue e carne. Ou seja, eu retiraria a presença do delegado e a crítica social e puniria a prostituta pela traição. Fico imaginando um final assim e creio que seria bem interessante. De qualquer forma, “O Carneador” é um típico curta metragem independente produzido com idealismo e que vale uma conferida.
Curiosamente, o assassino está vestindo uma camisa da lendária banda americana de metal extremo “Death”, de Chuck Schuldiner, que faleceu em 2001, numa homenagem oportuna.
Está disponível no “Youtube” pelo link: http://br.youtube.com/watch?v=oqV06wRVDD0
Feito sem orçamento, a história é sobre um assassino que contrata os serviços de uma prostituta para seduzir vítimas aleatórias nas ruas noturnas de Porto Alegre, para depois entrar em ação com sua faca e conseguir a matéria-prima para seus churrascos.
A seguir, o texto pode conter “spoilers” e é recomendável ver o filme antes de ler os comentários.
O vídeo tem seu interesse principalmente pelo início misterioso, com o assassino filmado apenas pelas costas e com uma voz gutural quase irreconhecível, ao negociar com uma mulher para que ela consiga ludibriar as vítimas, preparando-as para o abate pelo “carneador”. As cenas dos ataques do assassino são extremamente toscas, justamente pela falta de recursos, e esse fato tornou-se positivo, demonstrando um grande idealismo para se fazer um filme, independente das condições desfavoráveis. A inserção da imagem da face do assassino com uma expressão de ódio absoluto, em cortes rápidos e bruscos durante as cenas que precedem a morte da primeira vítima é também muito interessante, se encaixando perfeitamente no contexto, e lembrando situação similar no clássico “O Exorcista” (a versão estendida de 2000), com a face do demônio também surgindo em flashes rápidos em determinados momentos da história.
Na primeira versão de “O Carneador”, o diálogo entre a prostituta e sua vítima está difícil de compreender, muito baixo e às vezes inaudível, e tanto essa cena poderia ser mais objetiva, com menos conversa; assim como a seqüência final, da preparação do churrasco, que também poderia ser mais curta, uma vez que já foi claramente percebido o destino da vítima.
Já na versão final, que tem alguns minutos a mais, essas pequenas falhas foram minimizadas, com um resultado bem melhor. Tem também o acréscimo de mais mortes e uma pitada de crítica social no desfecho, com o surgimento de um delegado de polícia corrupto que incentiva a impunidade.
Ficou faltando ainda a colocação dos créditos, indicando os responsáveis pela realização do filme, como direção, roteiro, produção, edição e elenco. E, na condição de fã do vídeo, tomo a liberdade de até apresentar uma idéia de final alternativo: como a prostituta está tentando denunciar as ações do assassino, ela poderia ser descoberta e morta de forma violenta (como as demais vítimas, que inclusive foram seduzidas por ela), e o assassino triunfaria uivando vitorioso para a lua cheia, como um verdadeiro predador ensandecido por sangue e carne. Ou seja, eu retiraria a presença do delegado e a crítica social e puniria a prostituta pela traição. Fico imaginando um final assim e creio que seria bem interessante. De qualquer forma, “O Carneador” é um típico curta metragem independente produzido com idealismo e que vale uma conferida.
Curiosamente, o assassino está vestindo uma camisa da lendária banda americana de metal extremo “Death”, de Chuck Schuldiner, que faleceu em 2001, numa homenagem oportuna.