Dica de DVD: “Farsa Diabólica” (1964), de Bryan Forbes


A editora “NBO” lançou no Brasil com um preço popular o DVD de “Farsa Diabólica” (Seance on a Wet Afternoon, Inglaterra, 1964), de Bryan Forbes e com Richard Attenborough e Kim Stanley no elenco. Fazendo parte de uma coleção da editora chamada de “Classic Collection”, temos apenas como materiais extras uma breve sinopse e rápidas biografias do diretor Bryan Forbes e da talentosa atriz Kim Stanley.
Na história, ambientada em Londres, Myra Savage (Kim Stanley) é uma mulher que afirma ter poderes mediúnicos e organiza sessões espíritas. Ela é casada com Billy (Richard Attenborough), e o casal é obrigado a viver com a incômoda lembrança da morte de seu filho Arthur ao nascer. Para ganhar dinheiro e fama como médium profissional, Myra manipula seu marido para juntos organizarem um plano de seqüestro de uma pequena menina, Amanda (Judith Donner), filha de um rico empresário, Sr. Clayton (Mark Eden) e sua esposa (interpretada por Nanette Newman). Com a garota em seu poder, ela planeja fazer uma sessão espírita onde revelaria informações sobre o paradeiro de Amanda para a família. Porém, Myra tem que também se livrar de uma investigação policial, ao mesmo tempo em que apresenta sinais de psicopatia em seus atos, colocando em risco o plano perfeito.
Com fotografia em preto e branco e roteiro do próprio Bryan Forbes, baseado em livro de Mark McShane, “Farsa Diabólica” é aquele típico filme de suspense com uma narrativa pausada, onde os acontecimentos são apresentados lentamente despertando uma atenção crescente no espectador em descobrir os próximos passos da história. Não é recomendável para quem espera ação, correrias ou reviravoltas constantes. Ao contrário, é indicado para aqueles apreciadores de um cinema que explora um clima de suspense psicológico, onde somos convidados a desvendar a mente da protagonista, magnificamente interpretada por Kim Stanley, que manipula com habilidade a fraqueza de seu marido que faz o trabalho “sujo”, papel também feito com maestria por Richard Attenborough. O desafio é descobrirmos se Myra tem realmente a capacidade de se comunicar com espíritos, ou se ela é farsante, ou apenas uma mulher comum quer ser feliz com o marido, ou se é perigosa e psicótica em sua aparente forma tranqüila de agir.