Resenha de filme: "Sam´s Lake" (2005)


Em 2002 o cineasta canadense Andrew C. Erin escreveu e dirigiu um curta metragem de um pouco menos de trinta minutos chamado “Sam´s Lake”. Um típico “slasher movie” com jovens sendo perseguidos por um assassino numa floresta. Três anos depois, ele conseguiu transformar seu projeto num filme com cerca de uma hora e meia de duração, onde procurou desenvolver com mais liberdade sua idéia.
Um grupo de cinco jovens decide passar um final de semana bem afastado do agito da cidade, hospedando-se numa casa localizada numa floresta que tem um lago belíssimo. A casa pertence à família de Sam (Fay Masterson), uma jovem que perdeu os pais e mudou-se para a cidade, convidando seus amigos para alguns dias de descanso no silêncio de um lugar isolado. Seus amigos são os namorados Franklin (Stephen Bishop) e Melanie (Megan Fahlenbock), além de Kate (Sandrine Holt) e o rapaz gay Dominik (Salvatore Antonio). Todos eles enfrentam problemas em suas vidas conturbadas, desde a intolerância da sociedade, passando por brigas até histórias com passado traumático, e por isso tornaram-se uma pequena família.
Chegando lá, eles encontram Jesse (William Gregory Lee), uma amigo de infância de Sam, e juntos passam a noite em volta de uma fogueira contando relatos macabros, como uma lenda local sobre um jovem adolescente que matou a família, os pais e a irmã, num ato de vingança e loucura. Ele havia fugido de uma clínica psiquiátrica e vivido como um animal na floresta. Depois que o grupo de amigos decide se aventurar numa visita noturna à antiga casa onde ocorreu o massacre, a aparente tranqüilidade do local transforma-se num novo palco de mortes.
Com uma sinopse dessas, o que vem à mente é mais um filme “slasher” com os velhos clichês de sempre, ou seja, jovens que vão para uma casa no meio da floresta com uma lenda local sobre um assassino com paradeiro desconhecido. Tem até as tradicionais cenas com um cara esquisito (no caso, o dono de uma loja de conveniências), que tenta avisar os forasteiros sobre o perigo, a roda de amigos em volta da fogueira para contar histórias assustadoras, a visita imprudente dos jovens acéfalos ao local do crime sangrento, e até a descoberta de um diário secreto do assassino.
Mas, parece que o diretor inseriu todos esses elementos clichês de forma intencional, podendo servir como uma homenagem ao gênero ou talvez para desviar um pouco a atenção do espectador, fazendo-o pensar que se trata de apenas mais um “slasher” banal. Porém, há uma reviravolta no segmento final que é razoavelmente convincente, mudando o rumo dos acontecimentos, apesar de que a partir daí também uma nova sucessão de clichês vem à tona, com aquelas perseguições e correrias de sempre, além de um desfecho mais que previsível.
No final das contas, é uma produção de baixo orçamento com uma história trivial (acrescentando-se uma reviravolta, talvez o único ponto a favor), onde quase não há violência e as poucas cenas de mortes são filmadas “off-screen”.