Esta é
uma obra fictícia baseada em um sério problema ambiental. Os microorganismos,
bactérias e vírus liberados durante o processo de apodrecimento dos corpos
sepultados podem transmitir doenças por meio da ingestão ou contato com água
contaminada pelo necrochorume.
E é
dessa forma que muitas pessoas são vítimas de hepatite, febre tifoide,
paratifoide, tuberculose e escarlatina, entre outras enfermidades.
Hoje,
quase 90% dos cemitérios públicos estão em situação irregular no Brasil e 3/4
deles apresentam solo e lençol freático comprometidos.
Embora
a Resolução 335 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) preveja a
obrigatoriedade do licenciamento dos cemitérios, a regularização pouco avançou
no País.
Baseado
numa pesquisa verídica sobre um problema ambiental recorrente em alguns
cemitérios de pequeno e grande portes do Brasil, brotou o Necrochorume,
curta-metragem que carrega o nome do líquido proveniente da decomposição dos
corpos, o qual através do lençol freático subterrâneo, passou a misturar-se às
águas destinadas ao consumo humano.
O
necrochorume, através da água, carrega os vírus inativos dos mortos para o
corpo saudável dos vivos, onde tornam-se ativos. Na ficção, trabalhamos com o
vírus que primeiro causa uma infecção generalizada, trazendo dor fulminante,
consequente "morte", e posterior zumbificação do organismo infectado.
A
transformação é rápida e o curta tem como foco, o ponto de vista de Zeca, um
jovem do campo que é pego de surpresa em um almoço familiar, no qual leva sua
namorada para ser apresentada. Durante a breve narrativa, Zeca enfrentará o
dilema: fome versus amor.
O ponto
chave do filme é mostrar o perigo que a burocracia e a falta de cuidado nos
cemitérios podem trazer à população, dentro de uma narrativa fantasiosa de
humor negro, na qual o consumo da água contaminada transforma os cidadãos em
zumbis, causando uma epidemia crescente, do interior do Brasil para o resto do
mundo.