O evento “É Tudo Verdade – 13º. Festival Internacional de Documentários”, anuncia competição internacional 2008

*** premiação é disputada por 15 longas/médias e nove curtas
*** 19 países estão representados
*** oito longas/médias são dirigidos por mulheres
*** competição de curtas destaca indicado ao Oscar

Um total de 24 títulos disputam os prêmios de Melhor Documentário de Longa ou Média-Metragem e de Melhor Curta-Metragem no É Tudo Verdade – 13º Festival Internacional de Documentários, que acontece de 26 de março a 6 de abril em São Paulo e no Rio de Janeiro, e de 7 a 13 de abril em Brasília.
São 19 os países representados nas duas competições. Oito dos 15 longas e médias-metragens são dirigidos por mulheres, fato inédito na história do festival.
Conhecida por seus trabalhos sobre a vida e a perspectivas de mulheres em diversas partes do mundo, a consagrada realizadora inglesa Kim Longinotto participa do É Tudo Verdade pela sexta vez com “Me Abrace Forte e Me Deixe Ir”. Vencedor do BritDoc de melhor documentários britânico de 2007, o filme aborda técnicas empregadas numa escola que recebe alunos expulsos de outros estabelecimentos de ensino por conta de seu comportamento violento.
Três dos documentários assinados por cineastas do sexo feminino da Competição Internacional de Longa e Média-Metragem são inéditos e fazem no É Tudo Verdade 2008 sua estréia no circuito internacional de festivais. Em “Sete Instantes” (de Diana Cardozo , México) sete mulheres que se tornaram guerrilheiras no Uruguai, integrantes das fileiras dos Tupamaros, nos anos 1960 e 1970, reavaliam suas experiências. A norte-americana Cindy Kleine realiza uma dolorida radiografia do casamento de 59 anos de seus pais no longa “Phyllis e Harold”, alcançando um raro mergulho numa alma feminina. Uma co-produção Holanda/Rússia dirigida por Masha Novikova, “Anna, Sete Anos no Front” revê personagens e locais envolvidos no assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, a mais dura crítica da política adotada pelo governo russo na Chechênia e responsável por denúncias sobre as dificuldades sofridas pela população civil e os abusos durante a guerra naquele país.
Autora de obra considerada como brilhante e pessoal (entre outros, dirigiu “Parallel Lines”, 2004, e “Always a Bridesmaid”, 2000), Nina Davenport coloca em evidência uma discussão sobre a ética e a correção política em “Operação Cineasta” (EUA). No longa – que foi selecionado para os festivais de Roterdã, Toronto e Sidney – um estudante de cinema de Bagdá é contratado para trabalhar em uma produção na República Tcheca e gradativamente vai deixar claro que não contou toda a verdade a seu respeito.
Premiado no festival Entre Vues, “Ao Lado” (de Stéphane Mercurio, França) acompanha as longas esperas dos visitantes, mulheres em sua maior parte, de uma prisão masculina francesa. A alemã Dana Ranga registra em “O Cosmonauta Polyakov” depoimentos no quais o astronauta que detém o recorde de permanência no espaço (um ano e dois meses ininterruptos) fala sobre sua convivência com a KGB, a polícia política da era soviética, e seu isolamento após o retorno. Já Alina Marazzi recupera a memória coletiva das mudanças do comportamento feminino na Itália dos anos 1960 e 1970, explorando os efeitos dessas transformações na vida das mulheres italianas na atualidade, na obra “Também Queremos as Rosas”, uma co-produção Itália/Suíça que completa a lista de títulos dirigidos por mulheres da Competição Internacional de Longa e Média-Metragem deste ano.
O australiano Scott Hicks começou em julho de 2005 o documentário “Philip Glass: Retrato em 12 Partes” visando celebrar o 70º aniversário do compositor Philip Glass, em 2007. Pelos 18 meses seguintes o realizador teve pleno acesso à rotina do músico e compôs um notável mosaico sobre um dos artistas mais famosos e controversos da atualidade. Woody Allen, Martin Scorsese e Godfrey Reggio são alguns dos cineastas que testemunham sobre a parceria de Glass nas trilhas sonoras de seus filmes. Hicks atualmente trabalha em uma co-produção anglo-australiana com participação do ator Clive Owen intitulada “The Boys are Back in Town”.
Filmado em 1960, “Description d’um Combat”, de Chris Marker, focalizava imagens e personagens de Israel num momento em que a jovem nação apenas começava a construir o futuro que se abria à sua frente. Quarenta e sete anos depois, o diretor israelense Dan Geva, nascido em 1964, retoma aquele filme em “Relato de Memória (13 Lembranças do Documentário ‘Descrição de um Combate’ de Chris Marker)”, refazendo seu trajeto e explorando novos cenários que o cineasta francês nunca teria imaginado. Cria-se, assim, um diálogo entre os dois filmes, analisando-se as expectativas frustradas à luz do estado de guerra permanente e da grande inquietação política do presente no Oriente Médio.
O ativo documentarista inglês Brian Hill volta sua câmara em “Os Não Mortos” para as cicatrizes psicológicas provocadas por diversas guerras (no Iraque, Malásia e Bósnia) que afetam da mesma forma a vida de três ex-soldados e deixam como legado síndromes pós-traumáticas e tentativas de suicídio.
Duas produções iluminam aspectos da China de ontem e de hoje. Exibido na última edição do Festival de Cannes, “Fengming - Memórias de uma Chinesa” (de Wang Bing) propõe um balanço da vida de uma chinesa de 60 anos, que recorda como a Revolução de 1949 transformou-se em um pesadelo que durou 30 anos. Em “Subindo o Rio Amarelo” (de Yung Chang), filme selecionado para o Sundance 2008 e considerado melhor documentário canadense no Festival de Vancouver , um barco levando a bordo inúmeros turistas ocidentais desloca-se no Rio Amarelo, ao longo da rota de cidades, vilas e fazendas que serão inundadas devido à construção da gigantesca represa das Três Gargantas - obra que implicou no deslocamento de nada menos de quatro milhões de pessoas.
Vencedor do prêmio especial do júri no festival Hot Docs (Canadá), “Depois do Rei”, de Michael Skolnik, trata da última monarquia da África, o reino da Suazilândia, onde a opulência da vida de seu rei contrasta com alarmantes índices de pobreza, com mais da metade da população de pouco mais de um milhão de habitantes vivendo com uma renda inferior a um dólar por dia e com 42 % de seus habitantes sendo HIV positivos, o maior índice mundial de contaminação.
O argentino “Porta 12”, de Pablo Tesoriere, revisita o trágico conflito à saída de um jogo de futebol entre os times rivais River Plate e o Boca Juniors em 1968, quando um nunca esclarecido tumulto culminou com a morte de 71 torcedores e mais de 100 feridos. Quarenta anos depois, ainda se discutem as causas da tragédia e lança-se dúvidas sobre falhas e até mesmo uma hipótese política – algumas testemunhas oculares garantem que torcedores do Boca gritaram slogans peronistas, em plena ditadura militar.

curtas
Na Competição Internacional de Curtas-Metragens estão nove produções, com destaque para “Salim Baba”, uma co-produção EUA/Índia dirigido por Tim Sternberg que focaliza um senhor indiano apaixonado pelo cinema e é finalista na disputa do Oscar deste ano.
Vencedor da competição nacional do Festival Cracóvia em 2007 , o polonês “52%” (de Rafal Skalski) acompanha a luta de uma jovem para se tornar bailarina. Premiado com o troféu Pomba de Ouro no Festival de Leipzig 2007, “Apenas um Odor” (do libanês Maher Abi Samra) é uma viagem ao meio da guerra do Líbano, onde o cheiro da morte envolve tudo ao redor. A linguagem inovadora e, ao mesmo tempo, comunicativa do cineasta alemão Jan Peters rendeu ao curta “Como me Tornei um Guia de Turismo ” convites para dezenas de festivais e premiações por parte de júris oficiais (como no European Media Art Festival), da crítica (em Bremen) e do público (em Hamburgo, Weisbaden e Bochum).
Já o norte-americano Jay Rosenblatt, que mereceu um programa especial no É Tudo Verdade 2007 , acompanha em “Cineasta Iniciante” as primeiras filmagens feitas por sua filha durante um ano cheio de desafios. Igualmente dos Estados Unidos - e inédito no circuito internacional de documentários -, o curta “O Lugar”, de Alexandre O. Philippe, focaliza os estranho acontecimentos ocorridos no local do assassinato do Presidente Kennedy.
Mulheres realizadores também marcam presença na competição de curtas. Em “& etc.” a cineasta Claudia Clemente aborda uma pequena editora voltada a autores desconhecidos que tornou-se uma referência em Portugal. A estreante espanhola Luciana Julião oferece a visão de um mundo totalmente vigiado e das implicações desse controle na vida dos cidadãos em “OP.1207-X”. E uma aldeia caucasiana que definha e hoje conta com apenas três casas é o tema de “Urzdon: Território da Solidão”, dirigido pela russa Maria Kozlova.

Fundado e dirigido pelo crítico Amir Labaki , o É Tudo Verdade - 13º Festival Internacional de Documentários é uma realização da Petrobras, CPFL, Oi–Futuro, Centro Cultural Banco do Brasil, Sesc-SP, Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo , Cinemark, Riofilme e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo , com apoio do Ministério da Cultura, através da Lei 8.313/91 (Lei Rouanet).

*** Competição Internacional de Longa e Média-Metragem ***
“Anna, Sete Anos no Front” - Masha Novikova (Holanda/Rússia)
“Ao Lado” - Stéphane Mercúrio (França)
“Depois do Rei” - Michael Skolnik (EUA)
“Fengming - Memórias de uma Chinesa” - Wang Bing (China)
“Me Abrace Forte e Me Deixe Ir” - Kim Longinotto (Inglaterra)
“O Cosmonauta Polyakov” - Dana Ranga (Alemanha)
“Operação Cineasta” - Nina Davenport (EUA)
“Os Não Mortos” - Brian Hill (Inglaterra)
“Philip Glass: Retrato em 12 Partes” - Scott Hicks (Austrália)
“Phyllis e Harold” - Cindy Kleine (EUA)
“Porta 12” - Pablo Tesoriere (Argentina)
“Relato de Memória (13 Lembranças do Documentário ‘Descrição de um Combate’ de Chris Marker)” - Dan Geva (Israel)
“Sete Instantes” - Diana Cardozo (México)
“Subindo o Rio Amarelo” - Yung Chang (Canadá)
“Também Queremos as Rosas” - Alina Marazzi (Itália/Suíça)

*** Competição Internacional de Curta-Metragem ***
“52%” - Rafal Skalski (Polônia)
“& etc.” - Claudia Clemente (Portugal)
“Apenas um Odor” - Maher Abi Samra (Líbano)
“Cineasta Iniciante” - Jay Rosenblatt (EUA)
“Como me Tornei um Guia de Turismo ” - Jan Peters (Alemanha)
“O Lugar” - Alexandre O. Philippe (EUA)
“OP.1207-X” - Luciana Julião (Espanha)
“Salim Baba” - Tim Sternberg (EUA/Índia)
“Urzdon: Território da Solidão” - Maria Kozlova (Rússia)

SERVIÇO
É Tudo Verdade - 13º Festival Internacional de Documentários
De 26 de março a 6 de abril, em São Paulo e Rio de Janeiro, 07 a 13 de abril em Brasília.
Direção: Amir Labaki
Realização: Petrobras, CPFL, Oi –Futuro, Centro Cultural Banco do Brasil, SESC-SP, Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, Cinemark, Riofilme e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com apoio do Ministério da Cultura, através da Lei 8.313/91 (Lei Rouanet).

Atendimento à Imprensa:
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