“Os Mensageiros” (The Messengers), produzido por Sam Raimi, irá estrear nos cinemas em 14/09/07


A “Ghost House Pictures” é uma produtora que tem entre seus proprietários o cineasta Sam Raimi, mais conhecido pelas novas gerações por causa da série de filmes do “Homem-Aranha”, e pelos apreciadores do cinema de horror, graças ao sangrento e indispensável “The Evil Dead” (1982). Porém, sua empresa tem sido responsável por alguns trabalhos muito fracos como “O Pesadelo” (Boogeyman, 2005), que incrivelmente tem até uma sequência anunciada, e “Os Mensageiros” (The Messengers), que tem previsão de estréia nos cinemas brasileiros em 14/09/07 (Imagem Filmes), e que se tratam de filmes muito distantes em termos de violência e ousadia quando lembramos do cultuado filme que deu início à carreira de Sam Raimi e que eternizou o carismático ator Bruce Campbell na memória dos fãs.

Uma família de Chicago formada pelo pai Roy Solomon (Dylan McDermott), a esposa Denise (Penelope Ann Miller), a filha adolescente Jessica (Kristen Stewart) e o pequeno Ben (interpretado pelos irmãos gêmeos Evan e Theodore Turner), se muda para uma casa de campo em Dakota do Norte para recomeçar a vida após a perda do emprego do pai e do acidente de carro que fez com que o caçula perdesse a capacidade de falar (Jessica estava dirigindo alcoolizada). Lá chegando, o endividado Roy recebe a incômoda visita de Colby Price (William B. Davies, o eterno “canceroso” da série de TV “Arquivo X”), que representa uma empresa imobiliária, e também conhece o misterioso John Burwell (John Corbett), que surge do nada e passa a ajudar o novo fazendeiro na plantação e colheita de girassol.
Porém, o foco principal é direcionado para Jessica, que enfrenta problemas de adaptação ao novo lar, no meio do mato, além de ter visões e experiências desagradáveis com fantasmas atormentados que habitam o local e que escondem um segredo terrível do passado da casa, com uma tragédia envolvendo os moradores anteriores.

Uma definição rápida e objetiva que vem à mente logo depois de assistir “Os Mensageiros” é que se trata de apenas mais um filme “convencional”, igual a tantos outros produzidos a todo momento. Lembra muito o enredo de “Garganta do Diabo” (Cold Creek Manor, 2003), e talvez o único pequeno diferencial (mais pelo lado da curiosidade) esteja na presença dos irmãos Oxide Pang Chun e Danny Pang na direção. Eles, que nasceram em Hong Kong e são os mesmos criadores da franquia “The Eye” (Gin Gwai), além do interessante “Assombração” (Re-Cycle / Gwai Wik). Ou seja, temos novamente a incursão de cineastas orientais (especializados em histórias de espíritos revoltados), em filmes americanos, algo que também está se tornando comum (veja como exemplo a franquia “O Grito” ou “The Grudge”, da próprio estúdio “Ghost House”, que escalou o japonês Takashi Shimizu para a direção).
Em “Os Mensageiros” temos a mesma e cansativa história de fantasmas perturbados em busca de vingança, o vilão punido por seus crimes, e um desfecho insuportável de tão conveniente, com tudo se encaixando perfeitamente, numa idéia que nos remete àqueles filmes com finais do tipo “... e todos viveram felizes para sempre...”. Não há sangue nem violência, apenas uma história trivial com cenas discretas de suspense envolvendo aparições sinistras de fantasmas (que não surtem mais efeito). O filme não tem potencial para exibição nos cinemas, e poderia apenas ser distribuído no mercado de vídeo, mas ao contrário, os executivos que definem o tratamento que o Horror deve ter no Brasil, preferem boicotar “O Retorno dos Malditos” (The Hills Have Eyes 2), que apesar da história banal, tem mortes violentas para todos os lados, e “O Albergue 2” (The Hostel 2), cancelando sumariamente suas exibições nas telas grandes, optando apenas pelo lançamento diretamente em DVD.