Resenha do livro "O Massacre da Serra Elétrica - Arquivos Sangrentos" (2003)


“...O Massacre da Serra Elétrica é atemporal, inigualável, talvez até uma obra de arte; ele criou vida própria além de qualquer coisa que seus realizadores pudessem ter imaginado...”

             A Editora “Dark Side” presenteou os fãs brasileiros lançando por aqui em 2013 um livro sobre os bastidores de um dos grandes e indispensáveis filmes de horror de todos os tempos, “O Massacre da Serra Elétrica” (The Texas Chainsaw Massacre, 1974), dirigido por Tobe Hooper e que iniciou uma extensa franquia com continuações e refilmagens. A autoria é do músico e escritor inglês Stefan Jaworzyn, e o livro traz uma imensa quantidade de fotos, informações gerais e principalmente detalhes e curiosidades de bastidores da produção não só do primeiro filme, mas de toda a extensa franquia, com depoimentos de muita gente envolvida no projeto, de atores à equipe técnica. O livro, na verdade um compêndio, foi lançado pela “Coleção Dissecando – Filmes Clássicos de Terror” em duas versões, sendo uma delas com capa dura.

“Eggshells” (1969)

O capítulo inicial falando sobre o primeiro filme de longa metragem da carreira de Tobe Hooper, “Eggshells”, é bem arrastado e cansativo, não despertando interesse. O filme é um drama psicodélico experimental com elementos de fantasia. Porém, logo a seguir, ao iniciar os depoimentos sobre o clássico “Massacre”, começa a grande quantidade de curiosidades e informações de bastidores.  

“O Massacre da Serra Elétrica” (1974)

O cineasta Tobe Hooper, que nasceu em 1943 em Austin, Texas, e morreu em 2017, revelou que a ideia básica para a concepção do filme teve inspiração numa combinação de quatro fatores. A leitura dos antigos quadrinhos americanos de horror da “E.C. Comics” dos anos 1950, que foram censuradas e cujas histórias se transformaram em filmes e séries de TV. A lenda do assassino em série Ed Gein, que vivia em Wisconsin e tinha a particularidade de guardar os ossos e se alimentava literalmente de suas vítimas. A ressaca de seu primeiro filme na carreira, o psicodélico “Eggshells” (1969). E as tão temíveis serras elétricas, as quais foram lembradas quando ele estava na seção de ferramentas numa grande loja de departamentos infestada de gente na época do natal, e pensou como elas poderiam ser úteis para ele conseguir sair de lá.

Já a atriz Marilyn Burns (1949 / 2014), que interpretou a “scream queen” Sally Hardesty, comentou sobre o estranho roteiro inspirado no assassino Ed Gein, cujas atrocidades também serviram de referência para outros dois excelentes filmes, “Psicose” (1960) e “O Silêncio dos Inocentes” (1991), sem contar diversos outros menores. Segundo ela, os três filmes são diferentes, apesar da mesma fonte de inspiração, e no caso do “Massacre”, eles apenas juntaram a serra elétrica e a palavra “Texas”.

O ator islandês Gunnar Hansen (1947 / 2015), que interpretou o maníaco “Leatherface”, curiosamente revelou que no período de contratação do elenco, a equipe de produção gostou do fato dele ser tão grande que ocupava todo o vão da porta, e isso deve ter ajudado na sua escolha para o papel do psicopata.    

O diretor de arte Robert A. Burns, assim como outros envolvidos na produção, informou que o roteiro original do filme tinha muitas páginas sobre jovens dirigindo aleatoriamente pelas estradas, com muito humor hippie, e que depois foi encurtado e reescrito diariamente durante as filmagens. Ainda bem que ocorreu essa mudança, pois teria grande chance de tornar o filme mais comum e menos perturbador. “Leatherface” teria muitas falas originalmente, mas após uma análise de Tobe Hooper foi decidido que não funcionariam e foram cortadas, numa decisão acertada. O psicopata com máscara de pele humana tornou-se uma lenda do cinema de horror, sem voz e rosto. Burns foi o responsável pelos efeitos especiais em geral e pelos objetos de cena, como as mobílias de ossos. Ele revelou que coletava ossos de animais mortos em fazendas e que recebia artefatos similares de seus amigos. Disse também que até aprendeu taxidermia especialmente para aplicar a técnica num tatu que encontrou morto atropelado, e que foi utilizado numa cena rápida do filme.   

Os atores fizeram questão de enfatizar as imensas dificuldades de trabalho por causa do baixo orçamento, que ficou em torno de apenas US$ 125 mil. Eles tinham que filmar entre 12 e 16 horas diárias enfrentando muito calor, acima de 40 graus. E não havia um trailer para descanso, pois tudo era muito limitado. A famosa cena do jantar demorou 26 horas para filmar e com o calor intenso as mobílias de ossos e os restos de vísceras estavam apodrecendo, deixando o ambiente com um cheiro extremamente desagradável.

O ator John Dugan, cunhado de Kim Henkel (um dos roteiristas e produtores), era muito jovem na época, com apenas 20 anos. Ele interpretou o centenário vovô, tendo que se submeter a um trabalho demorado de maquiagem para envelhecimento.

Por causa do baixo orçamento e o receio de estragar a roupa de “Leatherface” com uma lavagem que poderia alterar a cor, o ator Gunnar Hansen teve que utilizar a mesma roupa sem lavar durante o filme inteiro, convivendo com um odor que inevitavelmente incomodava todos ao redor.

O filme não tem muito sangue e violência explícita, mesmo sendo considerado um dos mais perturbadores da história do cinema de horror. Os realizadores não queriam sangue em profusão, preferindo optar por um horror mais implícito. Por mais reais que as cenas sangrentas possam parecer, existe uma distância entre o público e a história, pois os espectadores sabem que é falso. A cena da garota Pam (Teri McMinn) pendurada num gancho de açougue é extremamente chocante sem uma única gota de sangue, com o uso de efeitos especiais convincentes, numa época sem a computação gráfica que torna tudo muito artificial.     

“O Massacre” estreou em 11/10/1974 nos Estados Unidos, distribuído pela “Bryanston Pictures”, que curiosamente tinha relações com a máfia e com o lançamento do famoso filme erótico “Garganta Profunda” (Deep Throat, 1972). Porém, a grande quantidade de dinheiro obtida pelo sucesso comercial do filme sumiu, não chegando até os realizadores. Depois de vários problemas e processos na justiça, o filme foi depois relançado pela “New Line”. Algo similar também aconteceu com a distribuição internacional com a empresa “Raven”, cujos proprietários desapareceram depois de ganhar muito dinheiro com o filme.

Todos os membros da equipe técnica e os atores foram unânimes em afirmar que jamais esperavam o imenso sucesso e repercussão positiva que o filme conquistou. Eles achavam que seria apenas mais um filme de horror de baixo orçamento, e que a maior parte do sucesso deve-se ao fato do público acreditar que a história fosse real, que o filme poderia ser uma espécie de documentário falando de algo violento que realmente aconteceu. Porém, a história é totalmente fictícia, e apenas inspirada no assassino Ed Gein.

Assim como diversos outros filmes similares de horror, o “Massacre” foi censurado na Inglaterra por muitos anos e apenas em 1999 foi liberado sem cortes no cinema e em vídeo, ou seja, 25 anos depois de seu lançamento americano.

Uma das cenas mais perturbadoras e sempre lembradas e citadas tanto pelos envolvidos no projeto quanto pelos fãs, é a longa sequência de perseguição entre a garota Sally e o psicopata “Leatherface”, numa correria desenfreada e interminável pela floresta, com o barulho ensurdecedor da motosserra muito próxima de destroçar a carne da vítima indefesa. 

No capítulo referente à repercussão do filme entre os críticos de cinema, vale transcrever o resumo de uma das críticas:
Prepare-se para uma experiência totalmente repugnante e, para muitos, literalmente nauseante... uma torrente explícita de sangue. Quatro ou cinco (é difícil determinar a quantia exata somando os pedaços) jovens aventureiros encontram um diabólico açougueiro de carne humana no interior do Texas. O maníaco corre enfurecido atrás deles com uma serra elétrica e outros instrumentos de destruição, incluindo um gancho de açougue. O filme é doentio, como também é o público que se diverte com ele.

O diretor Tobe Hooper também ganhou um capítulo específico sobre sua carreira instável, sempre oscilando em altos e baixos, com informações curiosas de bastidores sobre vários de seus filmes. De sua filmografia foram citados, analisados e comentados, entre outros, os filmes “Eaten Alive” (1976), “Pague Para Entrar, Reze Para Sair” (The Funhouse, 1981), “Poltergeist, o Fenômeno” (1982), “Força Sinistra” (Lifeforce, 1985), “Invasores de Marte” (1986), “O Massacre da Serra Elétrica Parte 2” (1986), “Conspiração Atômica” (Spontaneous Combustion, 1990), “A Morte Veste Vermelho” (I´m Dangerous Tonight, 1990), “Noites de Terror” (1993), “Mangler – O Grito de Terror” (1995), “Crocodilo” (2000), etc.

A produtora Cannon, dos israelenses Yoram Globus e Menahem Golan, fechou um contrato com Hooper para 3 filmes entre 1985 e 1986: “Força Sinistra”, “Invasores de Marte” e “O Massacre 2”. Porém, a parceria foi tensa e cheia de conflitos e os dois primeiros filmes tiveram uma receptividade ruim nas bilheterias. “Força Sinistra”, por exemplo, sofreu um corte imenso dos produtores e teve seu nome original alterado de “Space Vampires” para “Lifeforce”, desagradando completamente Hooper. “Space Vampires” (no Brasil, “Vampiros do Espaço”) é o nome do livro de Colin Wilson, lançado em 1976 e que inspirou o roteiro do filme.

Curiosamente, a máquina assassina do bizarro “Mangler – O Grito de Terror”, uma espécie de lavadeira que se alimenta de carne humana, foi criada pelo filho de Hooper, William Tony Hoopert. O filme foi baseado num conto de Stephen King e estrelado por Robert Englund, que é mais conhecido como o psicopata da luva de facas “Freddy Krueger” na franquia “A Hora do Pesadelo”.   

“O Massacre da Serra Elétrica Parte 2” (1986)

A continuação de “O Massacre da Serra Elétrica” recebeu outro extenso capítulo. Infelizmente, por decisão equivocada de Hooper, a parte 2 é repleta de elementos de humor negro que em minha opinião não funcionaram. E, apesar da grande quantidade de cenas sangrentas e do excelente trabalho de maquiagem do mestre Tom Savini, em comparação com o filme de 1974, a sequência é infinitamente inferior. Hooper inicialmente seria apenas produtor, mas como não conseguia encontrar um diretor com as qualidades exigidas em tempo, foi obrigado a assumir a direção também.
O filme teve um elenco diferente do original, exceto pelo retorno de Jim Siedow como o cozinheiro. Com um orçamento muito maior e produção da “Cannon”, os realizadores cometeram uma falha quando não fizeram grandes esforços para trazer de volta Gunnar Hansen como “Leatherface”, e o papel foi para Bill Johnson. Foi um erro grosseiro, uma vez que Hansen fez o “Leatherface” original e será para sempre lembrado por sua atuação.
Entre as diversas informações de bastidores, foi revelada a imensa dificuldade no trabalho de muitas horas de maquiagem do ator Ken Evert para ser transformado no vovô (aliás, foi sua única participação no cinema). As condições de trabalho eram muito difíceis, e vários atores e membros da equipe técnica adoeceram nas filmagens, devido à grande diferença de temperatura entre o ambiente externo com muito calor e o set com ar condicionado misturado com fumaça. Bill Johnson revelou que contraiu pneumonia e passou muito mal.
O diretor de fotografia Richard Kooris informou que a relação com a produtora “Cannon” era caracterizada por muita animosidade entre eles. Hooper e demais comandados sofreram grande pressão para redução de prazos e custos. O trabalho foi extremamente árduo e desgastante física e psicologicamente, com quinze horas diárias de filmagens, em seis dias por semana, num total de nove semanas e meia. 
Na parte das resenhas sobre a continuação, a receptividade foi ruim. Segue transcrição de uma delas:
Outro erro é comparar gritaria e mutilação com suspense. Este filme é monótono do início ao fim, nunca dando atenção ao ritmo, ao tempo, à expectativa do horror. Ele não pausa nem para apresentar os personagens; Dennis Hopper tem a tarefa mais ingrata, a de interpretar um homem que passa a primeira metade do filme parecendo distraído e vago, e a segunda metade gritando em meio a duelos de serras.

“Leatherface: O Massacre da Serra Elétrica 3” (1990)

A terceira parte da franquia também recebeu o seu capítulo específico, com a produção passando agora para a “Nerw Line Cinema”, que fez alguns filmes da cinessérie “A Hora do Pesadelo”. O roteirista do original, Kim Henkel, achava inicialmente que poderia ser um consultor com significativa participação na concepção do filme, mas a produtora não deu muita atenção para ele.
A direção é de Jeff Burr e o elenco tem nomes importantes como Viggo Mortersen (o Aragorn da trilogia “O Senhor dos Anéis”) e Ken Foree (do cultuado “Despertar dos Mortos”, 1978, de George Romero, e “Do Além”, 1986, de Stuart Gordon). “Leatherface” mudou de ator novamente, passando a serra para R. A. Mihailoff.
Com um orçamento de US$ 3 milhões, as filmagens ocorreram entre Julho e Agosto de 1989, com 80% de cenas noturnas que foram trabalhosas e dificultadas pela forte neblina das madrugadas no set de filmagens.
Como o filme sofreu muitos cortes de cenas violentas para poder receber uma classificação de acesso para um público maior, o diretor Jeff Burr não gostou do tratamento final e queria seu nome retirado dos créditos, alegando que os cortes prejudicaram demais o filme. Que, aliás, foi censurado na Inglaterra, ficando proibido até 2004. O capítulo traz também uma interessante entrevista com o roteirista David J. Schow, onde ele fala sobre esse problema com a censura e a crítica de violência contra as mulheres no filme.
A receptividade dessa terceira parte da franquia também não foi entusiasmada, apesar da opinião geral dos críticos e público sobre ser bem melhor que a parte 2, com seu humor meio fora de contexto.

“O Massacre da Serra Elétrica – O Retorno” (1994)

A parte 4 da franquia também teve um orçamento baixo, em torno de US$ 600 mil, com as filmagens ocorrendo em apenas 6 semanas em 1993. A direção e roteiro são de Kim Henkel, o roteirista do filme original. A maior curiosidade é a presença no elenco dos atores Matthew McConaughey e Renée Zellweger, então desconhecidos na época e que tiveram carreiras bem sucedidas. Outra curiosidade refere-se à atriz Tonie Perenski, que estava sempre bonita e maquiada nas filmagens, mesmo em cenas de confrontos e lutas, onde não deveria estar tão bem. O ator Robert Jacks, que interpretou “Leatherface” e teve uma carreira curtíssima com praticamente esse único filme, morreu ainda jovem em 2001 com 41 anos, vítima de um aneurisma abdominal.
Kim Henkel revelou que tiveram muitos problemas de distribuição com a produtora Columbia, que não tinha interesse em lançar o filme nos cinemas, tanto que foi exibido nos Estados Unidos em poucas salas de forma limitada e com um atraso imenso, somente em 1997.
Três atores do clássico de 1974 foram homenageados com pontas no final do filme: Paul A. Partain, John Dugan e Marilyn Burns.
Quanto à receptividade, existem opiniões diversas e opostas, mas vale registrar e reproduzir uma resenha depreciativa de um fã bem desapontado com o filme:
... Leatherface é um viado travesti que grita como uma menina e em todos os filmes a família dele é canibal, menos na parte 4 em que eles comem pizza. Leatherface também não é mais o principal membro da família, é aquele idiota do Vilmer (Matthew McConaughey). E também Leatherface só matou uma pessoa e foi com uma marreta, não a serra, o resto das mortes é do Vilmer. Então os filmes do Massacre da Serra Elétrica são meus favoritos, exceto essa enganação da parte 4...

“O Massacre da Serra Elétrica” (2003)

A refilmagem de 2003 tem produção de Michael Bay, um nome bem conhecido por blockbusters como “Armageddon” (1998) e “Pearl Harbor” (2001), filmes da mesma época, e atualmente é só se lembrar da barulhenta franquia “Transformers”. O único membro da equipe de produção do filme original que foi chamado para participar novamente foi o diretor de fotografia Daniel Pearl. Tobe Hooper e Kim Henkel estão creditados como co-produtores, mas revelaram que suas opiniões para o projeto não foram consideradas.
A direção foi de Marcus Nispel, com um orçamento de US$ 15 milhões pela produtora “New Line Cinema” novamente (que já tinha a parte 3 no currículo). “Leatherface” foi interpretado de novo por outro ator diferente, Andrew Bryniarski. E exceto pelo veterano R. Lee Ermey, o elenco é formado por jovens desconhecidos, vistos apenas em séries americanas de TV.

“O Massacre da Serra Elétrica – O Início” (2006)

Apenas três anos depois da refilmagem, foi lançada uma pré-sequência contando eventos antes da história do filme de 2003. A direção foi de Jonathan Liebesman e Andrew Bryniarski repetiu o seu papel como o maníaco “Leatherface”. Curiosamente, ele revelou que aprecia metal extremo e citou a sangrenta música “Raining Blood”, da lendária banda de thrash metal “Slayer”.
O eterno, primeiro e único “Leatherface”, Gunnar Hansen, disse que ficou desapontado com o filme, pois o psicopata foi desmascarado, seu mistério deixou de existir, revelando que teve uma doença de pele na infância e que a partir daí começou a matar por vingança pessoal.  

“O Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua” (2013)

Considerado uma continuação direta do original de 1974, o sétimo filme da série foi filmado em 3D com direção de John Luessenhop. Curiosamente, tem a presença de alguns atores do clássico, em pequenas participações que serviram mais como forma de homenagem para Marilyn Burns, Gunnar Hansen e John Dugan, além também de Bill Moseley, que foi o “Chop-Top” na parte 2. “Leatherface” novamente foi interpretado por um ator diferente, com a serra indo para as mãos de Dan Yeager.
Apesar que esses velhos atores revelaram que gostaram do roteiro, esse filme é mais uma “bomba” manchando a franquia, repleto de clichês e situações já vistas tantas vezes que o tornaram apenas mais um filme comum perdido na infinidade de produções similares, com o único diferencial de possuir um título da popular franquia.  

OBS.1: Em 2017 veio o oitavo filme desse imenso universo ficcional. “Massacre no Texas” (Leatherface), foi dirigido por Alexandre Bustillo e Julien Maury, os mesmos responsáveis pelo excelente filme francês “A Invasora” (2007). A história mostra eventos anteriores ao primeiro filme da saga, abordando a adolescência conturbada de “Leatherface”. Em 2022 tivemos o nono filme da franquia, “O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface” (Texas Chainsaw Massacre, 2022), de David Blue Garcia, com a volta da personagem Sally Hardesty, do primeiro filme, interpretada por Olwen Fouéré (a atriz original Marilyn Burns faleceu em 2014).

OBS.2: Em 1988 foi lançada uma paródia do clássico de 1974, “Hollywood Chainsaw Hookers”, com Gunnar Hansen no papel principal, e direção de Fred Olen Ray. Foi lançado em VHS no Brasil com o nome picareta “O Massacre da Serra Elétrica 3 – O Massacre Final”, mas não tem relação com a franquia, e o título recebido por aqui apenas contribuiu para confundir os fãs.

Documentários e filmes derivados

Segundo o livro, existem três documentários sobre a franquia (e mais um “making of” no DVD da parte 3). São eles: “The Texas Chainsaw Massacre: A Family Portrait” (1988), de Brad Shellady, “The Return of the Texas Chainsaw Massacre: The Documentary” (1996), de Brian Huberman, e “Texas Chain Saw Massacre: The Shocking Truth” (2000), de David Gregory.
O primeiro documentário é sobre o filme original, num trabalho independente do diretor, que contou principalmente com o auxílio de Gunnar Hansen. O segundo é sobre a parte 4, com informações de bastidores e depoimentos dos envolvidos no projeto, com sua produção acontecendo em paralelo com as filmagens. E o terceiro também tem como foco principal o primeiro filme, porém com espaço paras as demais partes 2, 3 e 4, com vários depoimentos de Tobe Hooper e Kim Henkel, além dos atores e demais membros da equipe técnica.
Tem também um documentário de curta metragem chamado “Leatherface Speaks” (2001), de Jim Moran, com revelações interessantes de Gunnar Hansen sobre os bastidores do clássico de 1974.
Além dos documentários, o livro informa sobre um filme de curta metragem (22 minutos) chamado “Headcheese” (2002), que foi um dos primeiros nomes imaginados para o “Massacre”. Tem direção de Duane Graves e Justin Meeks, além de co-produção do próprio Kim Henkel. É uma homenagem ao cultuado filme de 1974, com as filmagens utilizando as mesmas locações do clássico.
“All American Massacre” é um média metragem de 60 minutos que nunca foi lançado, dirigido pelo filho de Tobe Hooper, William Tony Hooper e Eric Lasher. A história é um tributo aos dois primeiros filmes da franquia, focando as ações no personagem doentio “Chop-Top”, interpretado por Bill Moseley (parte 2). 
   
Ed Gein

O psicopata americano Ed Gein (1906 / 1984) teve seu capítulo também. Ele ficou conhecido pelas atrocidades cometidas, roubando restos de cadáveres dos cemitérios e guardando em casa, além de fazer mobílias e objetos com ossos e peles humanas, inspirando a realização de vários filmes. O livro dá uma atenção especial para o filme “Confissões de Um Necrófilo” (Deranged, 1974), baseado na história real desse assassino.

Finalizando este compêndio precioso, temos um capítulo com os nomes e breves biografias de dezenas de pessoas envolvidas nos vários projetos da extensa franquia: atores, diretores, roteiristas e equipe técnica de produção. Em outro capítulo, temos as fichas técnicas de “Eggshells” e de todos os sete filmes da série.

O Massacre da Serra Elétrica – Arquivos Sangrentos” (The Texas Chain Saw Massacre Companion, 2003)
Autor: Stefan Jaworzyn
Editora “Dark Side” (Rio de Janeiro/RJ). Lançado no Brasil em 2013. Tradução de Antônio Tibau e Dalton Caldas.
“Coleção Dissecando – Filmes Clássicos de Terror”. Formato: 16 x 23 cm. 320 páginas.

(por Juvenatrix - 07/09/17)