“A Maldição de Chucky” (2013): A retomada do horror sério na cultuada franquia do brinquedo assassino


* Maldição de Chucky, A (Curse of Chucky, EUA, 2013) – Sexto filme da cultuada franquia do boneco assassino Chucky, criado em 1988 pelo roteirista Don Mancini no filme “Brinquedo Assassino” (Child´s Play), dirigido por Tom Holland. Depois vieram sequências em 1990 e 1991, além de “A Noiva de Chucky” em 1998 e “O Filho de Chucky” em 2004. Com direção do criador dos personagens originais Don Mancini, a história mostra uma garota nascida paraplégica, Nica (Fiona Dourif, filha de Brad Dourif, a voz de Chucky em todos os filmes), que precisa enfrentar a perda numa morte violenta e misteriosa da mãe Sarah (Chantal Quesnelle). Ela recebe pelo correio um pacote com o boneco Chucky, sem informações do remetente, e decide ficar com o brinquedo para presentear a sobrinha pequena Alice (Summer Howell), que vem para sua enorme casa junto com familiares, os pais em crise de casamento Barb (Danielle Bisutti) e Ian (Brennan Elliot), além da babá Jill (Maitland McConnell). Só que Chucky não veio para confortar a família, mas sim para colocar em prática um sangrento plano de vingança aguardado por muitos anos. O primeiro filme da série é realmente bem interessante, apresentando o boneco Chucky, que hospeda a alma de um criminoso morto em fuga da polícia, e que conseguiu a façanha num ritual de magia negra. E o estilo de horror sério se manteve nos dois filmes seguintes, apesar de repetitivos e repletos de clichês, perndendo depois para a comédia nos últimos episódios. Felizmente, em “A Maldição de Chucky”, houve a decisão acertada de retomar a atmosfera sinistra com um horror mais sério, explorando o ambiente claustrofóbico de uma casa enorme e a deficiência da protagonista numa cadeira de rodas, para tentar lutar por sua vida contra a vingança do boneco assassino. Tem poucas mortes, mas todas violentas e bem produzidas, e uma importante conexão com a origem de tudo, lá no final dos anos 80 do século passado. Além também de várias homenagens bem vindas, como a presença rápida de Jennifer Tilly no desfecho e uma interessante cena após os créditos finais com o ator Alex Vincent (que fez o garoto Andy Barclay nos primeiros filmes). É difícil manter a qualidade numa série com tantos filmes, mesmo com Chucky sendo uma grande atração e tendo uma legião fiel de fãs, e de forma surpreendente, principalmente depois do pastelão dos últimos dois filmes, esse sexto exemplar da franquia superou as espectativas, agregando um valor inquestionável para o universo ficcional do “brinquedo assassino”. (RR – 27/01/14)