Conto de horror: “Reflexões de Guerra” (2000)


REFLEXÕES DE GUERRA             por RR

                A noite estava fria, escura e chuvosa. Perdido na floresta, no meio de mais uma guerra insana, eu estava ferido e à beira de um colapso emocional. Eu me perdera do pelotão numa batalha e vagava agora sozinho em meio à mata, carregando a dor de um projétil que se alojara em meu ombro e questionava incessantemente o horror real à minha volta, e a barbárie insensata da guerra.
                Solitário, com frio, dor, cansaço, e com a escuridão me engolindo em suas entranhas e ocultando medos e pavores no desconhecido. Quanto à guerra, eu pensava com indignação qual o seu propósito, e consegui concluir, envergonhado de minha própria humanidade, que qualquer diferença entre os povos não deveria ser negociada com tanta violência e irracionalidade. Matar para não morrer. Destruir a natureza. Combater a vida trilhando marchas fúnebres e saudando a soberana morte, vencedora triunfal de todas as batalhas. Ferir, mutilar, proporcionar o sofrimento e a dor em meus semelhantes, matar e se congratular de minha superioridade frente ao inimigo. Tudo é insano e sem sentido.
                Ali, na escuridão, ferido, perdido num inferno criado pela minha própria espécie, eu continuava meus pensamentos e começava agora a delirar ao tentar entender a guerra. E visões também começavam a surgir à minha volta. Explosões, disparos de projéteis, gritos de dor, cheiro de sangue coagulado no ar, morte. Cenas de horror real em estado puro e absoluto. Delírios, visões... Sozinho, no escuro, dor, frio, o inferno... a guerra...
                Foi quando eu ouvi uma voz gutural, rouca, pavorosa, ecoar em meus ouvidos em meio às visões e ruídos do caos de meus delírios. Parecia um som sobrenatural, vindo da podridão do além, do desconhecido, como um lamento grotesco de uma legião de criaturas agonizantes e desesperadas. As palavras traduziam a dor profunda da guerra e me incitavam a obter a minha paz eterna. Sons guturais e distorcidos que gritavam pelo fim da loucura e sofrimento. Delírios, visões, mensagens...
                Eu, esgotado física e psicologicamente, esforcei-me em minhas poucas energias, peguei minha metralhadora, apontei para a própria cabeça, e sem hesitação disparei explodindo meu cérebro, cujos pedaços misturaram-se com a mata, agora vermelha de meu sangue, o sangue de outra vítima.
Para mim, a guerra finalmente acabava...
E o pesadelo também, acordando desesperado mergulhado em suor...

Obs.: Conto escrito em 2000 e publicado originalmente nos fanzines "Astaroth" 26 (2000) e "Desmodus Rotundus" 7.

Memórias do Metal Extremo: cartazes de shows, releases e merchandise do final dos anos 80 de bandas como “Blood Feast”, “Hallows Eve” e “Dark Angel” (EUA)


Numa época sem internet, os contatos eram todos por cartas enviadas pelos correios. Abaixo seguem algumas raridades do saudoso final dos anos 80 do século passado, como cartazes de shows, releases e informações de merchandise de importantes bandas americanas de metal extremo.













Horror e Metal Extremo: “Cannibal”, banda “Blood Feast” (EUA), álbum “Kill for Pleasure” (1987)




Expedition of death our story begins
Aboard the barge deception
Down the river of sins the winding and the bends
There will be no tomorrow
Forced to take a path on land
The trail is over-grown
Your tour guides flee because they are scared
But some power is driving us on

You can't see - you fall into the sand
You struggle for life - but you are damned
It's futile to run - they're right on your heels
Your life's almost over - that is the deal

The cannibals are coming for you
They will hunt you down
Drooling all over themselves
Making all grunting sounds

We come to a clearing feel a gush of air
With a smell so disgusting
We all gasp and reel it smells like a meal
Finally see what we searched for
A village in this hell all people covered in mud
They look as they smell
As one looks upon that sacred pole of death
You shake in despair

You can't see - you fall into the sand
You struggle for life - but you are damned
It's futile to run - they're right on your heels
Your life's almost over - that is the deal

The cannibals are coming for you
They will hunt you down
Drooling all over themselves
Making all grunting sounds
Breathing hot breath on you
There is no escape
All they want to do is chew
They'll have you on their plates

At last we realize we become distraught
The fear is too much to take
But too late to run, they surround us all
With their knives and stakes
Make a plan to escape, the cannibals move in
Wih hunger in their eyes
They get one person, time to dig in
And you will all die

You can't see - you fall into the sand
You struggle for life - but you are damned
It's futile to run - they're right on your heels
Your life's almost over - that is the deal

The cannibals are coming for you
They will hunt you down
Drooling all over themselves
Making all grunting sounds
Breathing hot breath on you
There is no escape
All they want to do is chew
They'll have you on their plates


O blog de literatura de horror “Prisioneiro da Eternidade” faz 10 anos em Agosto






Dica de leitura: Revista “Mundo Estranho”, edição especial “O Guia de Turismo do Terror”


Dividido nas seções “Locais Assombrados”, “Pontos Históricos Tenebrosos”, “Cenários de Crimes” e “Museus e Parques de Horror”.

Editora Abril. Lançamento Abril de 2016. 

Horror e Metal Extremo: “Legions of Destruction”, banda “Belphegor” (Áustria), álbum ”Conjuring the Dead” (2014)



LEGIONS OF DESTRUCTION - torture
LEGIONS OF DESTRUCTION - destroy

False - god of faith
Tortured with - daggers of bone
Summon - mighty wings
Demons eat - the poisoned angel

The taverns of fire...breathe!

Realize I am fire - I do not burn
Blackened flesh - armor of flames
Stigmata of horns - LEGIONS OF DESTRUCTION
Invert, pervert...destroy the cross of lies

Drag - our claws - across the earth
Rip down the sky
Rib of life - crushed with supremacy
Tomb of eyes - forbidden feast

Cross of death...destroy!

Realize I am fire - I do not burn
Blackened flesh - armor of flames
Incantations - Diabolus in Musica
Invert, pervert...destroy the cross of lies

The Inverted cross - Diabolus in Musica

Artigo de “Trash, Náusea Total” (Bad Taste, Nova Zelândia, 1987), de Peter Jackson


Escrito originalmente em 13/02/2005.

"Carne humana para hamburgers intergaláticos

A “Editora Van Blad” lançou no formato VCD com distribuição nas bancas de jornais no início de Fevereiro de 2005 pela revista “VCD Collection” ano 1, número 4, o primeiro trabalho de maior porte do cineasta Peter Jackson, responsável por “Meet the Feebles” (89), “Fome Animal” (92), “Os Espíritos” (96) e a trilogia de “O Senhor dos Anéis” (2001/02/03). Trata-se de “Trash, Náusea Total” (Bad Taste, 87), que já havia sido lançado no Brasil no formato VHS e fora de catálogo há muito tempo.
É um filme de baixo orçamento e muita violência e sangue, onde Peter Jackson fez de tudo, desde atuar em dois papéis diferentes, dirigir, produzir, escrever o roteiro, editar e até criar os efeitos especiais e a maquiagem, além da direção da fotografia, filmando nos finais de semana com amigos e uma câmera 16 mm. Inicialmente, a ideia era apenas um projeto de curta metragem com cerca de dez minutos, abordando basicamente uma história de canibais e que chamava-se “Roast of the Day” (algo como “O Assado do Dia”), com os trabalhos se iniciando em 1983. Porém, com o passar do tempo foram surgindo novas ideias e com o lançamento bem sucedido de “The Evil Dead”, de Sam Raimi, o filme de Peter Jackson foi aumentado para quase uma hora e meia em quatro anos de filmagens, e o roteiro recebeu mudanças interessantes passando a se chamar “Bad Taste”, ou “Mau Gosto” / “Sabor Ruim” em traduções literais. Aliás, o nome nacional escolhido é até interessante pois “Náusea Total” é bastante coerente com a história (sem o desnecessário “Trash” colocado para aproveitar a moda “trashmania” que surgiu no Brasil na época).
 Um coletor de impostos, Giles Copland (Craig Smith), vai até uma pequena cidade do interior da Nova Zelândia chamada Kaihoro, e encontra tudo estranhamente vazio, sendo surpreendido pela perseguição de um psicopata armado com uma faca enorme, Robert (Peter Jackson, com barba). Ao pedir socorro numa das casas, Giles é recebido por um grupo de alienígenas disfarçados de humanos, que o capturam para tornar-se o cardápio. Os extraterrestres vieram ao nosso planeta com o objetivo de estocar carne humana para vender como alimento numa famosa rede intergaláctica de restaurantes chamada de “Deliciosas Mordidas” (que por sua vez precisava apresentar uma iguaria diferente aos seus clientes para combater a concorrente “Frituras Lunáticas”).
Porém, para enfrentá-los e salvar o coletor de impostos de se tornar janta dos alienígenas canibais, surge um grupo bizarro de agentes especiais fortemente armados, representando o “Serviço de Defesa e Investigação Alienígena” (ou A.I.D.S. – “Alien Investigation and Defense Service”) do governo neozelandês. O grupo é formado pelo nerd Derek (Peter Jackson, sem barba), companheiro de Barry (Pete O´Herne), além da dupla Frank (Mike Minett) e Ozzy (Terry Potter).
 O filme é uma paródia super divertida e extremamente sangrenta, repleta de situações hilárias e fortes cenas de violência com direito a cabeças explodidas à bala, banhos de sangue em profusão, vísceras expostas, desmembramentos, dilacerações, canibalismo, e todo tipo de atrocidades. Algumas cenas são antológicas e que merecem destaque como quando o alienígena Robert vomita uma imensa gosma verde num prato, a qual é considerada um delicioso mingau que deve ser experimentado pelos companheiros, obrigando o agente Frank disfarçado a comer um pouco da fina iguaria. Ou ainda quando o outro agente especial Ozzy (que lembra um soldado tipo “Rambo”) dispara uma arma enorme contra a casa onde os alienígenas estão escondidos, e o imenso projétil atravessa as janelas abertas e acerta uma ovelha que estava pastando distraída nos fundos, explodindo o bicho num monte de sangue e carne destroçada.
Algumas homenagens também podem ser reparadas como numa cena onde Peter Jackson referencia o momento de dormir dos integrantes da família de “Os Waltons”, famosa série de TV dos anos 70. Ou ainda numa cena homenageando o clássico moderno “O Iluminado” (1980), quando Derek está enlouquecido depois de bater a cabeça e perder partes do cérebro (e também de misturar pedaços de cérebros dos alienígenas ao seu próprio), e arrombar uma porta com uma serra elétrica, numa cena similar àquela de Jack Nicholson no filme de Stanley Kubrick.
Sem contar a completamente estranha e hilária nave espacial dos alienígenas (que só rivaliza com a nave de “Palhaços Assassinos” / “Killer Clowns From Outer Space”, 88). Aliás, uma curiosidade é que não existem mulheres entre os principais personagens (existem apenas uma ou outra embaixo de fantasias interpretando alienígenas masculinos). E o cineasta multifuncional Peter Jackson durante o período em que filmava “Trash, Náusea Total” (quatro longos anos), conheceu a roteirista Francis Walsh,que se tornou sua esposa e parceira em muitos trabalhos posteriores como a badalada saga “O Senhor dos Anéis”.
"Trash, Náusea Total” é recomendado para todos aqueles que apreciam o cinema fantástico de baixo orçamento, produções menores e mais caseiras com histórias bizarras e não convencionais. É indicado também para os fãs do cineasta Peter Jackson, que antes de tornar-se mundialmente conhecido pela trilogia de “O Senhor dos Anéis”, já fazia seus filmes baratos com temas escatológicos. E para os colecionadores de filmes, certamente vale a pena adquirir o VCD distribuído nas bancas de jornais, como um item indispensável em qualquer videoteca de horror.
A “Editora Van Blad”, a exemplo do que já havia ocorrido com o lançamento anterior do VCD de “O Túnel do Horror” (uma antologia com um episódio baseado em conto de Stephen King), cometeu novamente alguns equívocos que inevitavelmente incomodam. A começar pela capa do VCD, informando duas vezes que o filme é do diretor Peter Jackson (bastava uma única vez, não precisava mencionar o fato no topo e embaixo da ilustração de capa). Porém, eles acertaram em reproduzir o cartaz original, onde um alienígena faz um gesto obsceno com o dedo médio (nos Estados Unidos, houve um fato ridículo sobre a distribuição do vídeo, onde acrescentaram mais um dedo ao lado do dedo médio do alienígena, não simulando mais um gesto obsceno e sim um dispensável sinal tipo “paz e amor”).
Na contra capa do VCD, a sinopse tem um erro grotesco, mencionando que o filme tem muitas “decepções”, onde provavelmente eles queriam dizer “decepamentos” (pois a palavra “decepação” não existe no famoso dicionário da língua portuguesa “Aurélio”). Sem contar que quem fez a arte final trocou uma simples palavra no nome de Peter Jackson, que ficou como “Oeter”. Tem também a informação “Tempo VCD: 60 min”, que não faz o menor sentido, já que o filme tem 88 minutos e não foi cortado (ainda bem...). A editora deveria se preocupar mais com o trabalho de revisão para a arte final das capas do VCD.
Já a revista “VCD Collection” número 4, tem como maior erro colocar na capa uma foto onde destaca um “orc” de “O Senhor dos Anéis”, quando o certo deveria ser uma imagem relacionada ao filme que está sendo lançado pela revista, ou seja, um cartaz ou foto de “Bad Taste”. (por RR)

Trash, Náusea Total” (Bad Taste, Nova Zelândia, 1987). Duração: 88 minutos. Direção, produção, roteiro, fotografia, edição, efeitos especiais e maquiagem de Peter Jackson. Música de Michelle Scullion. Elenco: Peter Jackson (Derek / Robert), Barry (Pete O´Herne), Frank (Mike Minett), Ozzy (Terry Potter), Craig Smith (Giles Copland), Doug Wren (Líder alienígena), Dean Lawrie, Peter Vere-Jones, Ken Hammon, Robin Griggs, Michael Gooch, Peter Gooch, Laurie Yarrall, Shane Yarrall, Philip Lamey.


Divulgação: “Almanaque da Arte Fantástica Brasileira 2015”


Resenha de “Tarântula” (EUA, 1955)


Escrito originalmente em 25/06/2011.

Os anos 50 do século passado foram muito produtivos para o cinema fantástico, com uma infinidade de bagaceiras super divertidas como “Tarântula” (Tarantula, EUA, 1955), produzido pela Universal em preto e branco, com direção de Jack Arnold e roteiro de Robert M. Fresco e Martin Berkeley.
Curto com apenas 80 minutos de duração, é considerado como um dos mais expressivos filmes com aranhas gigantes, situado dentro do sub-gênero conhecido como “big bug”, ou seja, filmes que apresentam histórias com insetos de tamanhos descomunais como formigas, gafanhotos, louva-deus, vespas e escorpiões. Nesse caso, temos uma tarântula que acidentalmente cresce a uma altura de 30 metros devido ao contato com um hormônio de crescimento de uma fórmula desenvolvida pelo “cientista louco” Prof. Gerald Deemer (o inglês Leo G. Carroll), especialista em biologia nutricional que também se transformou num mutante grotesco por causa da mesma solução química injetada em si mesmo. Trabalhando num laboratório isolado no deserto do Arizona, sua intenção era criar um nutriente especial capaz de auxiliar na alimentação da população mundial, numa preocupação com seu crescimento desenfreado no futuro e os problemas com a fome.
Porém, um casal formado pelo médico local da pequena cidade de “Desert Rock”, Dr. Matt Hastings (John Agar), juntamente com a estudante de biologia Stephanie “Steve” Clayton (Mara Corday), está desconfiado do misterioso trabalho de pesquisa do cientista. Eles tentam investigar o caso e descobrem a ameaça mortal da tarântula gigante faminta por carne, que passa a aterrorizar a região atacando animais e pessoas, sendo combatida por bombas incendiárias dos caças da força aérea americana.
Curiosamente, o então ainda jovem ator Clint Eastwood, tem uma rápida e pequena participação próximo ao final do filme, com o rosto parcialmente coberto por um capacete, no papel do líder do esquadrão de aviões de guerra. Ele que obteve depois um estrondoso sucesso em sua carreira como ator e também como cineasta de grande reconhecimento.
Mesmo sendo uma produção tipicamente de baixo orçamento e pelas dificuldades técnicas existentes numa época de mais de meio século atrás, os efeitos especiais com a aranha gigante são ótimos e impressionam, apesar de obviamente as cenas de ataques do enorme aracnídeo serem escuras de forma proposital para esconder os defeitos e manter ao máximo o clima de tensão.
O diretor Jack Arnold é conhecido por suas incursões no cinema fantástico, sendo o responsável por pérolas como “Veio do Espaço” (53), “O Monstro da Lagoa Negra” (54) e “O Incrível Homem Que Encolheu” (57). A bela atriz Mara Corday esteve também em outro filme de inseto gigante, “O Escorpião Negro” (The Black Scorpion, 1957). O ator John Agar (1921 / 2002) é lembrado por suas participações em inúmeros filmes “B” de horror e ficção científica como “Revenge of the Creature” (1955), “The Mole People” (1956), “The Brain From Planet Arous” (1957), “Attack of the Puppet People” (1958), “Invisible Invaders” (1959), “Journey to the Seventh Planet” (1962), “O Monstro de Vênus” (1966) e  “Women of the Prehistoric Planet” (1967).
“Tarântula” foi lançado em DVD no Brasil pela “Continental”, trazendo como material extra breves biografias de Clint Eastwood e Jack Arnold, além de um trailer original. (por RR)


Resenha de “Martyrs” (França / Canadá, 2008)


Escrito originalmente em 23/04/2009.

“Alta Tensão” (Haute Tension / High Tension, 2003), “Eles” (Ils / Them, 2006), “A Invasora” (À L´intérieur / Inside, 2007), “Fronteira (A)” (Frontiere (s) / Frontier (s), 2007), e agora “Martyrs” (2008). O cinema de horror francês é atualmente um dos mais violentos e perturbadores, com filmes tensos, carregados de “gore” em roteiros que prendem a atenção e principalmente que ficam na memória do espectador. E também, com algumas exceções, constatamos que o tão badalado e popular cinema americano de horror não tem conseguido nos dias de hoje deixar de ser comum, trivial, repleto de clichês e excessivamente comercial, em detrimento de histórias originais e imagens ousadas de violência gráfica.
É difícil apresentar a sinopse de “Martyrs” sem esbarrar em armadilhas reveladoras de “spoilers”, portanto a história será resumida em poucas palavras básicas apenas para registro: Lucie (Mylène Jampanoi) é uma jovem em busca de vingança contra as pessoas que a aprisionaram e torturaram quando criança e de quem conseguiu fugir de forma desesperada, abandonando o cativeiro. Em sua jornada por justiça pessoal, conta com a ajuda da amiga Anna (Morjana Alaoui), que a apoiou durante anos nos momentos de depressão e com seu problema de auto mutilação. Porém, tanto Lucie (atormentada num mundo de insanidade), quanto principalmente Anna, não imaginariam a horrenda experiência com propósitos obscuros em que seriam vítimas.
Dirigido e escrito por Pascal Laugier, o cineasta escolhido para comandar a refilmagem de “Hellraiser” (com previsão de lançamento em 2011), o filme é ultra violento (a cena de vingança com o tiroteio é memorável), sangrento ao extremo (o líquido vermelho banha a tela em demasia), e explora um tema original (depois de ver o filme o espectador refletirá sobre o real significado de “mártir”), através de elementos interessantes que nos remetem a outros filmes como o americano “O Albergue” (Hostel), de Eli Roth, na idéia de uma sociedade secreta com objetivos sinistros, e as películas orientais com fantasmas atormentados, nas cenas de alucinação de uma das personagens. E ainda temos um desfecho adequado, tão perturbador quanto toda a bizarra história que é apresentada. É interessante também notar como os cineastas franceses procuram colocar mulheres como protagonistas (reparem nos filmes citados no início desse texto), fazendo-as sofrer na carne dores e torturas inimagináveis, transformando-as em mártires literalmente. Altamente recomendável, “Martyrs” é cinema de horror puro, que merece e deve ser respeitado e reverenciado.

Obs.: Em 05/05/16 estreou nos cinemas brasileiros uma refimagem americana produzida em 2015, com direção dos irmãos Kevin e Michael Goetz, e que recebeu por aqui o mesmo título original. De uma forma geral é inferior ao filme francês, mas ainda assim passa a sua mensagem com boas cenas de violência e um final também perturbador. (por RR)

Horror e Metal Extremo: “The Trial”, da banda “Exorcist” (EUA), álbum ”Nightmare Theatre” (1986)


Kill them!!! Kill them!!! Kill them!!! Order! Order in the court! Order in the court! Order in the court! Order in the court! Guilles Corrine, Sarah Alpine, Nathaniel Harts, Abigail Harts, William Barker and Elizabeth Proctor, you have been found guilty of practicing sorcery, foul witchcraft, and murder by bewitchment. For these crimes, you are sentenced to be burned at the stake alive, without the benefit of strangulation!


Divulgação de evento: Exposição de fanzines em Pedra de Guaratiba/RJ em 15/07/16



Análise # 3: “Martyrs” (EUA, 2015), no canal “Boca do Inferno” no Youtube


“Metallica” no “Rock in Rio” 19/09/2013 (fotos por Guster Conrado)












“Iron Maiden” no “Rock in Rio” 22/09/2013 (fotos por Guster Conrado)



Paul Di´Anno (vocal 1978 / 1981)