(mensagem de divulgação reproduzida do site: http://redutodocomodoro.zip.net/)
MOSTRA "NAS BORDAS DO CINEMA BRASILEIRO"
A Mostra "Nas Bordas do Cinema Brasileiro", realização conjunta do IV Encontro Científico Anhembi Morumbi e Mestrado em Comunicação, promoverá entre 27 e 30 de maio a exibição gratuita de 10 filmes de realizadores autodidatas de várias regiões do país, moradores de cidades pequenas ou de arredores das grandes capitais.
É a mais significativa reunião até hoje de filmes brasileiros chamados pejorativamente (e também erroneamente) de trash, sobre os quais a mostra pretende lançar uma nova luz. Nesses trabalhos, a estrutura cinematográfica articula-se sobre modos artesanais e independentes de realização, com parcos investimentos econômicos e recursos técnicos precários, como a utilização de câmeras baratas, atores não profissionais, cenários toscos ou naturais, além de circulação caseira ou em salas quase sempre improvisadas, sempre com sucesso de público das comunidades envolvidas.
São filmes que misturam a cultura popular, o massivo, o regional em produções que se tornam possíveis pelo surgimento de uma tecnologia acessível, em termos econômicos, e que se caracterizam, como modo de produção, como uma contracorrente da produção habitual, concentrada cada vez mais em grandes orçamentos.
Trata-se antes de mais nada, de um cinema da vontade de fazer cinema, que respeitam as convenções da ficção de gênero, nas quais é possível discernir assuntos que dizem respeito aos habitantes e costumes locais, misturados a imagens e sons reiteradamente vistos e ouvidos em produtos da indústria do entretenimento.
Fazem parte da Mostra os conhecidos Afonso Brazza, de Brasília, o homenageado que abre o programa com o faroeste “Gringo Não Perdoa, Mata”, e o pernambucano Simião Martiniano, do fantástico “A Rede Maldita”, ao lado de jovens realizadores do sul do país, fissurados por filmes de terror e canibalismo como o irreverente Petter Baierstorf, de Santa Catarina, de “Zombio”, e o paulista Joel Caetano, autor de “Minha Esposa É um Zumbi”.
A mostra é gratuita e os filmes serão apresentados por especialistas.
Programação
27/05 : 19hs30
Recuerdos da República (2002), de Marcos Bertoni, São Paulo/SP, 6 min.
Dois policiais de baixa patente fazem a crítica de uma exposição de artes plásticas sobre os generais da ditadura.
Gringo não perdoa, mata (1995), de Afonso Brazza, Brasília/DF, 78 min.
Santa Rita é uma cidade miserável onde um xerife corrupto impera. O povo da cidade depende da chegada de uma grande soma em dinheiro, que é roubada por Paco e seu bando de aventureiros inescrupulosos e sanguinários contratados pelo xerife. Este infiltrou uma mulher no bando de Paco para roubar-lhe o dinheiro. Um gringo segue os passos do bando e da mulher.
28/05: 11hs00 às 14hs00 e 19hs00 às 23hs00
Rambú III, o rapto do Jaraqui Dourado (2007), de Manoel Freitas, Junior Castro & Adilamar Halley, Manaus/AM, 32 min.
Um grupo comandado por Pablo Papapó rouba o Jaraqui Dourado, mas não sabe como usá-lo. O Pajé, guardião do amuleto sagrado, convoca Jhon Rambú para recuperá-lo. Em suas peripécias para reaver o amuleto, Rambú é seqüestrado por um bando de drag queens, comandado por Put Laine e Put Lene, que também querem conhecer o segredo do Jaraqui Dourado. Rambú passa por uma série de peripécias para recuperar o amuleto que, se for usado para fazer o mal, poderá significar o fim do planeta.
A bruxa do cemitério (2004), de Semi Salomão Neto, Apucarana/PR, 45 min.
Em uma festa regada a muita bebida, heavy metal e drogas, promovida por um grupo de amigos, Lisa, uma viciada em cocaína, desconfia que sua amiga Andréia tenha roubado um papelote da droga de dentro de sua bolsa. As duas brigam violentamente e Lisa acerta um golpe em Andréia, ela bate com a cabeça na quina de uma mesa e morre. O grupo de amigos faz um pacto de silêncio e livra-se do corpo. A partir deste momento, coisas estranhas começam a acontecer.
A rede maldita (1991), de Simião Martiniano, Recife/PE, 123 min.
Luciano e Sofia são um casal de agricultores que vive em terras arrendadas do Coronel Sartú. Numa noite, Luciano recebe dos espíritos uma “botija” contendo moedas de ouro e prata. Ao tentar pagar dívidas que tem com o coronel com as moedas, este as reconhece e reivindica a posse alegando que elas foram achadas em suas terras.
29/05: 11hs00 às 14hs00 e 19hs00 às 23hs00
O homem sem lei (2006), de Manoel Loreno, Mantenópolis/ES, 72 min.
O pai de Bryan foi morto por Wilton e seu bando, agora ele quer se vingar. Bryan sai então a caça do pistoleiro que deixa um rastro de cadáveres por onde passa. Depois de muito perseguir Wilton, Bryan se vê frente a frente com o “homem sem lei”, pronto para vingar a morte do pai e livrar a cidade daquele facínora.
Canibais & solidão (2006), de Felipe M. Guerra, Carlos Barbosa/RS, 100 min.
Virgem aos 18 anos, Rodrigo passa suas noites entre “canibais e solidão”: vendo sangrentos filmes de canibalismo e sonhando com um grande amor. Aliado aos seus amigos Eliseu e Marcelo, ele busca os conselhos de um rapaz mais experiente em pegar garotas.
30/05: 11hs00 às 14hs00 e 19hs00 às 23hs00
Zombio (1999), de Petter Baierstorf, Palmital/SC, 45 min.
Um casal a fim de diversão chega a uma ilha paradisíaca e logo descobre que o lugar não é tão deserto quanto imaginava. Hordas de mortos-vivos sedentos de sangue, liderados por uma bela sacerdotisa, partem para cima dos namorados, que empreendem uma fuga desesperada mata adentro.
Minha esposa é um zumbi (2006), de Joel Caetano, São Paulo/SP, 24 min.
Determinado a revigorar seu desempenho sexual, o faxineiro de um laboratório rouba poção inventada por cientista. Inadvertidamente, sua esposa ingere a tal bebida que produz um terrível efeito colateral.
O suicídio (2007), de Pedro Onofre, Maceió/AL, 100 min.
Frederico é um jornalista desempregado que vive com a mulher, Roberta, e a cunhada, Berenice, em um lar em crise e mergulhado na pobreza. Roberta, moça burguesa de família tradicional, costura para fora para pôr comida na mesa; Berenice, adolescente de 17 anos, envereda por uma vida desregrada e acaba caindo na prostituição. Frederico acredita que a única saída é a morte, mas não consegue cometer suicídio. Roberta se enche dessa vida, abandona Frederico e volta para a casa dos pais. Berenice assume que gosta do marido da irmã e os dois viram amantes. Em pouco tempo, eles se tornam alcoólatras e dependentes de drogas e caem nas malhas de criminosos.
Os realizadores
Petter Baiestorf – (Palmitos-SC) cresceu em Vila Oldemburgo convivendo com agricultores e operários da indústria madeireira e de cerâmica. Fundou em 1991, com o amigo E.B. Toniolli a Canibal Produções que, em 1996, virou Canibal-Mabuse Produções (com Cesar Souza). Em 2000, a produtora adotou o nome de Canibal Filmes, sendo responsável, nesse percurso, por mais de 100 produções, entre curtas e longas, nos mais diversos formatos (VHS, S-VHS, Supewr Oito, Digital, 16mm, 35 mm). Dentre essa variada produção destacamos Criaturas Hediondas (1993), O Monstro Legume do Espaço (1995), Eles Comem sua Carne (1996), Gore Gore Gays (1998), Zombio (1999), Raiva (2001) e o atual A Curtição do Avacalho. É autor, junto de Cesar Souza, do Manifesto Canibal (2002), "uma declaração de guerra dos que nada tem e tudo fazem contra os que tudo tem e nada fazem".
Felipe do Monte Guerra (Carlos Barbosa-RS) é jornalista e colaborador da revista eletrônica Boca do Inferno, especializada em filmes de horror. Sua produtora, a Necrófilos Produções Artísticas, criada em 1996, ficou famosa nacionalmente em 2001, quando lançou o cultuado longa-metragem Entrei em pânico ao saber o que vocês fizeram na Sexta-feira 13 do verão passado, uma comédia de horror de baixíssimo orçamento (consta que custou cerca de 250 reais), realizada em VHS e estrelada por parentes e vizinhos de Felipe. A produção foi um grande sucesso local. Fã de Ivan Cardoso, José Mojica Marins e outros cineastas brasileiros dedicados ao horror, Felipe até gostaria de fazer filmes mais sérios e de produção mais sofisticada, mas reconhece que, sem orçamento, seu trabalho tem maior viabilidade ligando-se à comédia trash. Canibais & Solidão, é uma “comédia romântica com sabor especial” estrelada por Rodrigo M. Guerra e Edna Costa.
Joel Caetano (São Paulo), diretor, roteirista, produtor e editor profissional fundou em 2001 (com Mariana Zani e Danilo Baia) a Recurso Zero Produções, que realizou mais de 10 curtas de diversos gêneros, superando com criatividade e competência a falta de recursos. Nos últimos anos, vem se especializando em filmes de terror com um toque de humor sarcástico usando várias referências, principalmente os filmes de baixo orçamento da década de 1970.
Em festivais, foi vencedor 2 anos consecutivos da Mostra de Cinema Fantástico de Ilha Comprida pelo júri popular com os filmes "Minha Esposa é um Zumbi (2006)" e "Junho Sangrento (2007)", e o seu trabalho vem sido reconhecido e bem aceito pelo público.
Mostra Nas Bordas do Cinema Brasileiro
27 a 30 de Maio de 2008
Sessões: 11h às 14hs e 19h às 23h
Local: Universidade Anhembi Morumbi – Campus Centro.
Sala de Cinema – 1º. Andar
Rua Dr. Almeida Lima, 1134 – Brás.
Metrô Bresser
Realização:
Diretoria de Pós Gradução e Pesquisa e Mestrado em Comunicação