“Impetuous Rage” é uma fudida banda que pratica um Death666Metal de alta qualidade e ao ouvir o Cd-demo “Decayed in the Pecaminous Profoundness” me deparo com um som brutal e old ao mesmo tempo sem deixar sua integridade, e algo inusitado foi ouvir uma versão para Cornucopia (Black Sabbath). Alex Rocha é o vociferador da vez, hehehe!!
(Perguntas de Hioderman Nunes Freitas, da “Anaites” ZDP)
1 – Gostaria que fizesse uma review da banda desde 2001 (início) aos dias atuais, falo de formação, elaboração da banda, a escolha do estilo a executar...!
Alex Rocha - Em primeiro lugar gostaria de agradecer em nome da “Impetuous Rage” a fudida força irmão Hioderman, que você está dando a nós e à real cena Death Metal. A banda foi batizada por mim no ano de 2001 quando Bhruno Brittus e Daniel Siderol me chamaram para dar vida ao que seria hoje a “Impetuous Rage”, os dois já estavam juntos desde 1998 quando começaram a criar os tracks que hoje estão na demo. Logo em seguida entrou Izaías Terrorizer e então fizemos algumas apresentações. Após um tempo saí da banda para me dedicar a outros projetos, algo que não deu muito certo, pois, minha banda sempre foi a “Impetuous Rage”. Retornei no segundo semestre de 2004 e logo em seguida convidei o fudido e de longa data irmão do metal da morte Alex Oliveira para o posto de vocal, convite que o mesmo aceitou logo quando escutou as musicas da banda e propostas de trabalho da mesma. Gravamos a demo “Decayed in the Pecaminous Profoundness” no final de 2005 e quando tudo parecia estar correndo bem o baixista e fundador da banda, Daniel Siderol, é retirado da banda por mostrar desinteresse pela mesma, e logo em seguida Bhruno Brittus, alegando falta de tempo por motivos pessoais, deixa o grupo de forma amigável. Foi aí que Michael Hellriff é convidado para entrar na banda e logo de cara surpreende com sua fudida postura de deathbanger e interesse total, abraçando a causa. Com essa formação fizemos dois shows onde constatamos que essa line-up manteve o caos vivo e agora ela está sendo fortalecida ainda mais com a entrada do hellbrother Fábio Ramos (Crueldade) que vai assumir o posto de guitarrista da banda, somando com Michael e acrescentando mais possibilidades ao poderio sonoro do death metal praticado pelo “Impetuous Rage”, estilo esse que escolhemos como modo de vida antes mesmo de montarmos a banda, cultuamos o metal da morte há muito tempo e é assim que somos, agradando ou não. ETERNAL CULT THE DEATH!!!
2 – “Decayed in the Pecaminous Profoundness” é o trabalho mais recente ( O segundo se não me engano), Death666Metal, um trabalho de alto nível!!! Fale-nos um pouco sobre a escolha e elaboração das músicas, a arte da capa/encarte, ok?
Alex Rocha – “Decayed in the Pecaminous Profoundness” é nosso primeiro trabalho e único trabalho ate o momento, temos um ensaio gravado no ano de 2002, mas nada oficial, onde apenas gravamos os tracks, que inclusive estão na demo hoje, para ser registrado e poder assim se ouvir tocando e corrigir algo que não nos agradasse. As músicas da demo foram criadas pelo nosso ex-guitar Bhruno Brittus no ano de 98 e com o passar do tempo e ensaios elas foram sendo moldadas, até chegar no resultado que está na demo. Escolhemos as músicas que estavam prontas há mais tempo, músicas que a banda vinha ensaiando com mais freqüência e que já tinham sido feitos os ajustes necessários. A capa foi retirada de um livro, aquela imagem é denominada de: “A Ressurreição de Íblis” (Lúcifer), é quando ele sai do cárcere imposto pelo falso Deus para grande batalha entre as trevas e a luz. Isso representa para nós o que está presente em nosso cotidiano, a forma com que o cristianismo oprime o mundo através do medo colocando em evidência o bem e o mal, a luz e as trevas, deus e o diabo, e escrevemos sobre esses tópicos, sempre com uma visão opositora aos dogmas cristãos. Na produção da capa/encarte contamos com a ajuda fundamental do irmão Slanderer, que deu uma fudida força à banda e assina a produção da parte gráfica.
3 – “Cornucopia” é um cover bem inusitado para uma banda de Death Metal, não acham? Black Sabbath é uma banda que fez lenda..., há covers/versões de outras bandas no set list de vocês?
Alex Rocha – Justamente por não ser comum e por se tratar do Black Sabbath, que resolvemos fazer esse cover, escolhemos uma música B-Side do disco Vol.4, uma faixa pesada e anti-comercial para nossa versão, fugindo assim do comum e do óbvio. Tocamos outros covers de bandas como: Napalm Death, Deicide, Sarcófago e Hellhammer, mas não tratamos isso como algo fundamental na banda, as músicas da “Impetuous Rage” são nossa principal ocupação.
4 – Pelo que pude ler, vocês são remanescentes de bandas atuantes da cena, quais seriam essas e se ainda atuam na cena?
Alex Rocha – Nossa jornada como músicos nos deu a oportunidade e o privilégio de não deixar a “Impetuous Rage” cometer alguns erros que passamos no passado com as nossas antigas bandas, então elas foram fundamentais em nossas vidas, foram elas: The Cross, Mystifier, Headhunter D.C., Ungodly e o Carnified, dessas bandas as que realmente estão na ativa são: Mystifier, Headhunter D.C. e Ungodly, as outras estão paradas por motivos de força maior.
5 – A Bahia é um berço de excelentes e lendárias bandas extremas reconhecidas mundialmente tais como Headhunter D.C., o Mystifier e mais algumas excelentes bandas recém surgidas! O fato de surgirem numa época mais profissional (assim digamos) os deixam mais confiantes? E quanto à invasão de bandas gringas e eventos no Brasil, é satisfatório?
Alex Rocha – A “Impetuous Rage” ter surgido em um momento onde o acesso à informação, gravação e a equipamentos é bem maior e melhor, com certeza nos traz benefícios, porém se não tivéssemos a experiência que temos com certeza não conseguiríamos alcançar o patamar em que estamos. Vejo muita gente nova com um material de áudio de primeira nas mãos e por outro lado ainda verde, gravação boa não quer dizer que aquela banda é fudida, real e underground, existem outras coisas que devem ser levadas em consideração também. Vejo e fico sabendo de histórias de muitas bandas que se prestam ao papel de sair de sua casa para tocar em outros Estados bancando seus custos de deslocamento sem ganhar nada e muitas vezes ainda pagando ao produtor mercenário para poder ter uma oportunidade. Isso é imbecil, os produtores nacionais não valorizam a cena de seu país, as bandas de fora tem tratamento VIP enquanto nós somos jogados ao amadorismo por muitos desses elementos. Lógico que nem todos são assim, mas são poucos os que realmente tem o espírito underground na veia. Tenho contatos fora do Brasil e é inacreditável o valor que eles dão às bandas nacionais, nossa cena é bem vista lá fora, é tida por muitos como “Cult”. Quanto ao Brasil ser invadido por bandas gringas acho isso ótimo, é uma oportunidade de ver grandes shows aqui em nosso país, agora seria interessante que as bandas daqui também fossem levadas por produtores de fora para os seus países, o que não acontece muito, geralmente as bandas que organizam suas tours com os hellbrothers de lá, vão na cara e na coragem. Enquanto os produtores, público e uma parte da imprensa especializada não valorizarem as bandas nacionais, com certeza vamos ficar nessa de ter que tentar a sorte lá fora para depois conseguir ao menos respeito aqui.
6 – A linha vocal de Alex Oliveira é bem oitentista! No que um vocalista Death Metal deve se inspirar par cantar com tanta veracidade? Isso porque muitos acham que é só berrar!
Alex Rocha – Isso seria melhor ele responder, pois ele domina a técnica, eu até já tentei dar uns berros, mas foi uma lástima. Acredito eu que antes de tudo tem que se gostar do que faz, depois é uma questão de aprimorar. Alex Oliveira canta há bastante tempo, as influências dele com certeza vem dessa galera da década de 80, como: Mark Barney, Jhon Tardy, Jeff Becerra, Cronos, Max Possessed, Antichrist, Chuck Schuldiner...! Procurando sempre pôr características pertencentes a ele, temos como meta de trabalho não copiar os ídolos, mesmo isso sendo impossível, mas sempre tentamos pôr a cara da “Impetuous Rage” em nossos trabalhos.
7 – Por que a versão K7 da primeira demo teve somente 100 cópias? Vocês são adeptos deste formato?
Alex Rocha – Devido o acesso a esse material hoje ser restrito quisemos fazer somente poucas cópias, para aquelas pessoas que realmente ate hoje gostam de tape, e com essa tiragem reduzida aumenta-se o valor underground que a mesma tem por ser uma raridade, coisa de fã, e por isso somos adeptos desse material até hoje. Minha última aquisição em tape foi a demo “The Temple of Bizarre Cult” da fudida banda “Embalmed Souls”, simplesmente matador esse material.
8 – As letras de “Decayed in the…” são conceituais ou cada uma transmite sua mensagem individual?
Alex Rocha – Não são conceituais, todas são verdadeiras ofensas agressivas à instituição cristã e seus seguimentos, em nossas letras expressamos nosso ponto de vista sobre o grande cárcere da humanidade que é o cristianismo, ele é o grande responsável pelo nível absurdo de ignorância em massa pelo qual se encontra o mundo. Em nossas letras também existem temas obscuros e conflitos da existência, mas sempre envolvendo o repúdio ao cristianismo.
9 – Como foi trabalhar com Thiago Nogueira, que está fazendo excelentes trabalhos de produção na cena?
Alex Rocha - O resultado final foi o melhor possível, nem esperávamos isso, Thiago Nogueira fez um grande trabalho e conseguiu tirar da “Impetuous Rage” justamente o que tínhamos pedido a ele, queríamos um som sujo, agressivo sem perder a qualidade de uma boa gravação de Death Metal. Gostamos muito do resultado e estamos em negociação com ele para que possa também assinar a produção de nosso primeiro álbum, queremos manter o próximo material na mesma linha, nem melhor nem pior, somente Death Metal.
10 – Como estão os shows do “Impetuous Rage”, em quais cidades passaram ou pretendem passar?
Alex Rocha – Depois que lançamos a demo passamos por um processo de reformulação total na line-up, perdemos tempo com isso, sem contar que atrasou o lançamento de “Decayed in the...”, isso por conta da banda se resumir a mim e Alex Oliveira, assumindo juntos todas as despesas. De lá para cá já fizemos dois shows fudidos com a nova formação, e temos agendado um para o dia 9 de Setembro aqui em Salvador ao lado do Incrust, Geminicarios e Rotteness. Passamos por algumas cidades do interior da Bahia, fora de nosso Estado com a “Impetuous Rage” ainda não tocamos, temos muitos contatos e convites para tal façanha, mas até agora nada certo, tem que haver um acordo bom entre a banda e o produtor para que isso se concretize. Sair daqui para passar aperto enquanto produtores enchem o bolso de grana não vinga com a gente.
11- Esta é clichê, hehehe! Cite 10 trabalhos (CD´s, LP´s e demos) que mais lhe agrada musicalmente, ou, que o acompanha, sendo fonte de inspiração!!!
Alex Rocha – Porra, essa é difícil, vou falar os que eu lembrar aqui agora, é muita coisa que eu gosto, mas vamos lá: Iron Maiden (The Number of the Beast), Black Sabbath (Vol 4), Accept (Restless and Wild), Slayer (Hell Awaits), Metallica (Kill´Em All), Morbid Angel (Altars of Madness), Possessed (Seven Churches), Sarcófago (INRI), Sepultura (Beneath the Remains), Death (Spiritual Healing), Blasphemy (Blood Upon the Altar), Judas Priest (Screaming for Vengeance), Venom (Welcome to Hell), Hellhammer (Apocalyptic Raids), Deicide (Once Upon the Cross)…, porra não dá para falar somente 10, quando vi já tinha passado e mesmo assim ainda falta muita coisa.
12 – Por esta é isto! Valeu Alex Rocha e “Impetuous Rage” pelo tempo cedido, se houver algo mais a ser falado...!!!
Alex Rocha – Eu que agradeço a você irmão Hioderman pelo fudido apoio e a todos que nos ajudam ou ajudaram nessa jornada em prol do metal da morte. Continuem a comprar zines, cds, tapes, a prestigiarem as bandas e produtores do underground, assim vamos manter nossa cena sempre fortalecida! Assinamos um contrato com Genocide Productions e no começo de 2007 estaremos lançando nosso primeiro álbum de título “Inverted Redemption”, e iremos manter nele o bom e velho espírito da velha escola do Death Metal, sempre fiéis a ela. DEATH METAL RULES SUPREME!!!