Contaminação química em São Paulo: a lendária banda americana de Thrash Metal “Anthrax” detona um show arrasador no “Credicard Hall”

Em 25/02/05 fui testemunha de um show arrasador. Trata-se da lendária banda americana de Thrash Metal “Anthrax”, que tocou em São Paulo no “Credicard Hall”, com abertura das nacionais “Threat” e “Scars”, ambas de São Paulo.
Curiosamente, a data foi marcada também pela estréia em nossos cinemas do remake “O Massacre da Serra Elétrica” (The Texas Chainsaw Massacre, 2003), que finalmente chega ao Brasil depois de muita espera. Metal e Horror juntos num fim de semana especial.
A banda “Threat” (www.threat.com.br) fez um show de aproximadamente 40 minutos e encerrou sua apresentação com um cover do “Metallica” em início de carreira, “Seek & Destroy”, de 1983.
Já os veteranos do “Scars” (www.scars.com.br), que estão promovendo o lançamento do CD “The Nether Hell”, fazem um som mais porrada e com letras mais agressivas, em músicas como “The Nether Hell”, “Legions (forgotten by the gods)” e “Hidden Roots of Evil”, com destaque para o baterista Alex Nasser que arregaçou seu instrumento com muita raça e o vocalista Régis Frederico que demonstrou uma incrível energia no palco. Eles encerraram seu show de 40 minutos também com um cover, tocando um poderoso clássico de 1987 do “Slayer”, “Hell Awaits”.
Os americanos do “Anthrax”, que possuem até um interessante site brasileiro (www.anthrax.com.br), entraram no palco às 23:40 horas e fizeram um show inesquecível, para ficar gravado na memória para sempre. Com John Bush (vocal), Scott Ian (guitarra base e vocal), Rob Caggiano (guitarra solo), Charlie Benante (bateria) e Joey Vera (baixo), o “Anthrax” detonou um show de uma hora e vinte e cinco minutos de puro metal, onde promoveram seus últimos álbuns como “We´ve Come For You All” (2003) e a coletânea “The Greater of Two Evils” (2004), e tocaram várias músicas dos anos 80 com direito até a uma homenagem ao “Sepultura”, com uma incrível energia que fez o público estremecer o local como se fosse mesmo uma reação de sobrevivência contra a ação devastadora de uma arma química biológica.
Os destaques foram o vocalista John Bush, que conversou bastante com o público e até ensaiou algumas palavras em português, e o guitarrista Scott Ian, criador e líder da banda (juntamente com Charlie Benante), que demonstrou uma enorme satisfação em tocar no Brasil, e encerrou o show com a promessa de retornar em breve. Estaremos esperando...

O DVD de “Falando Com os Mortos” é distribuído nas bancas de jornais

O filme “Falando Com os Mortos” (Talking to Heaven / Living With the Dead, 2002) foi lançado no Brasil em DVD pela “Alpha Filmes” e distribuído também no final de Fevereiro de 2005 nas bancas de jornais pela “Editora D+T”, através da revista “DVD World Special” ano II número 23.
O filme é baseado na história do médium mundialmente conhecido James Van Praagh (Ted Danson) que, desde criança, é atormentado por conversas e visões com mortos, entre eles, sua própria mãe e as vítimas de um assassino. Após muitos anos, James se une à polícia trabalhando junto com a detetive Karen Condrin (Mary Steenburgen) para tentar descobrir a identidade de um serial killer que vem atormentando suas visões e a população de sua cidade.
O elenco ainda conta com o veterano Jack Palance e até curiosamente o próprio médium James Van Praagh, que escreveu o livro com experiências de sua vida no qual o filme é baseado, aparece rapidamente numa pequena ponta como um músico que está tocando órgão.

“Sodom” e “Nuclear Assault” em São Paulo: um terremoto sonoro que abalou as estruturas do “Direct TV Music Hall”

Em 20/02/05 tive o privilégio de testemunhar um show internacional no “Direct TV Music Hall”, em Moema, São Paulo, das bandas “Sodom” (Alemanha) e “Nuclear Assault” (EUA). Ambas já tinham vindo tocar no Brasil, porém só pude ver na época o “Nuclear Assault” (foi num show com o “Sepultura” em 1989 no extinto “Dama Xoc” em Pinheiros, São Paulo, sendo que eles também vieram ao Brasil em 2002). A banda americana foi formada em 1985, conta com John Connelly (vocal / guitarra), Danny Lilker (baixo), Glenn Evans (bateria) e Scott Harrington (guitarra), e estão lançando seu novo álbum, Alive Again.
Já o “Sodom” esteve antes no Brasil em 1997 e faz parte de um trio de bandas alemãs (que inclui ainda “Destruction” e “Kreator”) que são consideradas precursoras do estilo, criadas há mais de 20 anos atrás. Com seus primeiros discos priorizando temas satânicos (onde o EP de estréia, “In the Sign of Evil”, 84, é um dos mais autênticos e memoráveis trabalhos do gênero), o “Sodom” depois direcionou a temática das letras de suas músicas para assuntos como a violência das guerras que assolam a humanidade ao redor do mundo. A banda foi criada em 1983 pelo líder Angel Ripper (baixo e vocais, que mais tarde passou a ser conhecido como Tom Angelripper, que se mantém à frente do grupo até hoje), além do excelente baterista Witch Hunter (que depois assinou seu nome como Chris Witchhunter) e o guitarrista Aggressor. Depois de muitos anos, em 1992 o baterista Witchhunter saiu da banda e o posto da guitarra foi também ocupado por vários outros músicos logo após os lançamentos de duas demo tapes em 1983 e 84.
Eu particularmente prefiro as primeiras formações do “Sodom” e os álbuns produzidos até o início dos anos 90, cuja música representou uma agressividade sonora que ficou registrada para sempre na história do metal. Mas a banda é guerreira e todos os seus trabalhos são dignos de serem enaltecidos constantemente pelos fãs (como eu) ao redor do mundo. O último trabalho foi lançado em 2003, um disco duplo ao vivo, “One Night in Bangkok”, gravado na Tailândia, com 24 músicas representando toda a carreira da banda, incluindo “Outbreak of Evil”, “Blasphemer” e “Witching Metal”, do já clássico EP “In the Sign of Evil”.
O dia 20/02 foi extremamente especial, primeiro porque o “São Paulo” ganhou de 3x0 do rival “Palmeiras” pelo Campeonato Paulista de Futebol 2005, com direito até a um gol do goleiro artilheiro Rogério Ceni, e depois pelo show arrasador do “Nuclear Assault” e “Sodom”, um terremoto de porradas sonoras para ficarem gravadas na memória para sempre, e que abalaram as estruturas do “Direct TV Music Hall”.
A banda americana abriu o espetáculo com uma apresentação de aproximadamente 45 minutos, com destaque para o baterista Glenn Evans, que massacrou seu instrumento com uma energia incrível. Depois vieram os alemães do “Sodom” em mais uma hora e quinze minutos de um show inesquecível. O líder, baixista e vocal Tom Angelripper é muito carismático e tem uma excelente presença de palco, interagindo constantemente com o público que lotou o “Direct TV Music Hall”. Ele informou que o show estava sendo gravado para compor um futuro DVD, esperando uma grande recepção dos fãs.
Das músicas escolhidas para o repertório, muitas são antigas e pertencentes aos primeiros trabalhos da banda. Entre elas, “The Saw is the Law”, “Sodomized”, “Outbreak of Evil” e “Witching Metal” (essas duas são clássicas e foram tocadas em versões mais modernas e furiosas), “Bombenhagal” e “Ausgebombt”, além de “Remember the Fallen” e “Sodomy and Lust” (ambas junto com o convidado Frank Blackfire, que foi o guitarrista da banda até o final dos anos 80), “Blasphemer” (com outro convidado, Danny Lilker, baixista do “Nuclear Assault”, e com Tom Angelripper fazendo somente os vocais), e até um cover da lendária banda “Motorhead”, com “Ace of Spades”. Um evento único que ficará registrado para sempre no pensamento de todos aqueles que tiveram o privilégio de testemunhar mais uma ferocidade do metal, pois “The sin of Sodom is the sign of evil”.

“Baron´s Hell” (Metal Extremo) e “Boca do Inferno” juntos para divulgar o Horror

Para os apreciadores de metal extremo, é indispensável conhecer um dos melhores sites do gênero disponíveis na internet brasileira. Trata-se de “Baron´s Hell” (www.baronshell.com.br), do webmaster Vinícius Vidal, de Alumínio/SP.
O site tem um visual impressionante e muito bem produzido, trazendo diversos materiais interessantes como notícias, textos, resenhas de CDs, biografias de bandas de Death Metal, etc.
Como metal e horror sempre estiveram juntos, o site “Boca do Inferno” (www.bocadoinferno.com) firmou uma parceria e tem uma coluna com a reprodução de artigos de cinema de horror, enfocando o melhor desse estilo, com análise de filmes clássicos e bagaceiras divertidas.
Contatos: A/C Vinícius Vidal – Rua Abel Souto 73 – Vila Santa Luzia – Alumínio/SP – CEP 18125-000 – site: www.baronshell.com.br / e-mail: vinavidal@hotmail.com ou baronshell@gmail.com

“Trash, Náusea Total” (Bad Taste, 1987), do cineasta Peter Jackson, é lançado em VCD nas bancas

Além de “O Túnel do Horror”, antologia com um episódio baseado em conto de Stephen King, a “Editora Van Blad” lançou também no formato VCD nas bancas no início de Fevereiro de 2005 pela revista “VCD Collection” ano 1, número 4, o primeiro trabalho de maior porte do cineasta Peter Jackson, responsável por “Fome Animal” (92), “Os Espíritos” (96) e a trilogia de “O Senhor dos Anéis” (2001/02/03).
Trata-se de “Trash, Náusea Total” (Bad Taste, 87), um filme de baixo orçamento e muita violência e sangue, onde Peter Jackson fez de tudo, desde atuar, dirigir, produzir, escrever o roteiro, editar e até criar os efeitos especiais.
Inicialmente, seria um projeto de curta metragem de cerca de dez minutos sobre uma história de canibais, que começou a ser filmada em 1983. Porém, depois o filme foi aumentado para quase uma hora e meia e o roteiro recebeu mudanças interessantes.
Um coletor de impostos vai até uma pequena cidade do interior da Nova Zelândia e encontra tudo estranhamente vazio, sendo surpreendido pela perseguição de um psicopata armado com uma faca enorme. Ao pedir socorro numa das casas, é recebido por um grupo de alienígenas disfarçados de humanos, que o capturam para tornar-se o cardápio. Os extraterrestres vieram com o objetivo de estocar carne humana para uma rede intergaláctica de restaurantes. Para combate-los e salvar o coletor de impostos, surge um grupo bizarro de agentes especiais fortemente armados, representando o “Serviço de Investigação e Defesa de Alienígenas” do governo neozelandês.
É uma paródia divertida e extremamente sangrenta, repleta de situações hilárias e fortes cenas de violência.

SEPULTURAS NA ETERNIDADE e A ESPADA DE DÂMOCLES, novos livros de FC

Saíram os novos livros de Ficção Científica da Coleção “Nave Profana” do Projeto “SLEV”, coordenado por Rogério Amaral de Vasconcellos.
O livro 29 da coleção “Nave Profana” (projeto Slev – Suruba Literária Experimental Virtual) é “Sepulturas na Eternidade”, de Rogério Amaral de Vasconcellos.
Foi editado pela primeira vez em 2002, quando inclusive acabou saindo no fanzine “Juvenatrix”.
É obra de puro impacto, ação sobre ação, mostrando a ‘realidade’ de um conflito que nos é bem conhecido, porém com algo mais: o presidente Kennedy não morreu em Dallas, invadiu Cuba com sucesso e o Brasil, instigado pela invasão da Amazônia, treina seus soldados com os vietcongs, enviando tropas para apoiar a defesa de Hanói. O autor projeta o seu “Viet-Não” e nos revela que a guerra não tem fronteiras e todos acabam pagando, mesmo sem envolvimento direto com ela. Tudo é possível nesta história, onde até balões de ar quente podem virar uma arma de destruição.
Quem responde pela capa é o baiano Rafael Cordeiro do Nascimento, nos revelando, com técnica e sensibilidade, a crueza de um conflito que marcou gerações.
Com o livro 30, “A Espada de Dâmocles”, Jaime da Conceição Araujo transforma um provérbio em algo de proporções inusitadas. A começar por Jânio Quadros, presidente do Brasil, que não renunciou e instiga os nacionalistas a enfrentarem os exércitos argentinos financiados pelos norte-americanos. A guerra se passa dentro de nossas fronteiras. Ela não é apenas uma ameaça. Está em pleno curso e se alastra. Como uma epidemia, uma espada pendente sobre nossas cabeças. Enquanto as forças entram em conflito, um grupo de enviados de um poder neutro acaba no meio do fogo cruzado. Eles são sobreviventes natos e nada poderá ficar no caminho deles.
Uma curiosidade: temos também no livro a aparição de um certo tenente Soares, um obeso e espirituoso carioca do departamento de inteligência tupiniquim, a quem os amigos chamam de Jô...
A capa foi ilustrada por Fábio Chamusca de Carvalho, outro representante baiano da “Slev”, contando com arte-finalização e colorização do paulista Sidemar de Castro.
Contatos:
Rogério Amaral de Vasconcellos
Rua Xavier dos Pássaros 58 – Casa II – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20740-330
Site: www.slev.org

“Sob o Domínio do Medo” (1971), de Sam Peckinpah e com Dustin Hoffman, é lançado em DVD com distribuição nas bancas

Para os colecionadores e apreciadores do cinema de horror, tivemos mais um interessante lançamento de DVD nas bancas de jornais.
Trata-se de “Sob o Domínio do Medo” (Straw Dogs, 1971), um dos trabalhos mais violentos do diretor Sam Peckinpah, e com o astro Dustin Hoffman liderando o elenco.
Foi pela “Revista do DVD”, ano 4, número 38 (Fevereiro de 2005), da “Editora Europa”, ao preço de capa de R$ 19,90.
Até onde um homem pode chegar para defender seu lar, sua mulher e sua honra”, é a tagline do DVD, numa violenta história de vingança quando um pacato matemático muda-se com sua esposa para uma fazenda no interior da Inglaterra, e se vê obrigado a reagir e lutar de forma selvagem contra um grupo de homens que foram contratados para fazerem reformas em sua casa, a partir do momento que eles passam a invadir a privacidade do casal, com ameaças e intimidações fazendo uso de jogos psicológicos de medo.
Ao lado de filmes similares do mesmo período como “Amargo Pesadelo”, “Aniversário Macabro”, “Laranja Mecânica” e “Desejo de Matar”, “Sob o Domínio do Medo” possui um clima sufocante e perturbador.
O DVD traz como material extra uma seção com notas biográficas e filmografia do cineasta Sam Peckinpah, diretor do violento western “Meu Ódio Será Tua Herança” (69), e também do ator Dustin Hoffman, um dos mais consagrados astros da atualidade.

“O Túnel do Horror” é lançado em VCD nas bancas, com um episódio baseado em Stephen King

No final de Janeiro de 2005 foi lançado nas bancas o VCD de “O Túnel do Horror” (Night Shift Collection), uma antologia com três episódios curtos de horror, sendo um deles inspirado na obra de Stephen King.
Foi através da revista “VCD Collection” ano 1 número 2, da “Editora Van Blad”.
A primeira história é “Discípulos do Corvo” (Disciples of the Crow, 1983), dirigido por John Woodward, baseado no conto “As Crianças do Milharal” (Children of the Corn), do livro “Sombras da Noite” (Night Shift), de Stephen King, e que também foi filmado em 1984 como “Colheita Maldita”.
As outras duas histórias são “O Quarto 321” (The Night Waiter, 1987), dirigido, escrito, produzido e editado por Jack Garrett, e “A Hora da Morte” (Killing Time, 1995), com direção de Damian Harris e roteiro dele em parceria com Patrick Aumont, baseados no conto “The Late Shift”, de Dennis Etchison.
São três episódios de aproximadamente trinta minutos cada, explorando temas sobrenaturais como uma cidade dominada por uma obscura seita religiosa formada por crianças; um jovem garçon que tem uma experiência macabra num quarto assombrado de um hotel; e um roteirista de quadrinhos que enfrenta problemas com seu editor para vender suas histórias e que passa a misturar ficção e realidade, se envolvendo com uma bizarra conspiração de zumbis.

Imperdível: site dedicado a Uwe Boll!

Imperdível! Uma fã do diretor Uwe Boll (House of the Dead, Alone in the Dark, BloodRayne) criou um site exclusivamente dedicado a essa figura. È ver para crer!
Confesso que adorei o site e já até coloquei como página inicial do meu computador.
Para visitar o site, www.uweboll.com/

Evil Dead 4 e a refilmagem!

Bruce Campbell não quer atuar na refilmagem de Evil Dead, nem mesmo para fazer uma ponta. Segundo o site Coming Soon, o produtor Robert Tapert disse que foi o próprio ator quem tomou essa decisão, alegando que prefere esperar por Evil Dead 4 a simplesmente ter uma participação especial no remake. Campbell também fez um pedido a Tapert: “Que ninguém se chame Ash. Ele quer ser o dono desse nome.”

Falando em Ash, o site Bloody Disgusting conversou com Sam Raimi, que revelou que Evil Dead 4 já está sendo escrito por ele e o irmão Ted Raimi. O cineasta quer começar a desenvolver o projeto no final do ano, já com planos para as filmagens.

A propósito: um dos nomes que circulam como possíveis candidatos à direção da refilmagem de Evil Dead é o de Chan-Wook Park, responsável pelo sul-coreano Oldboy. Mas, por enquanto, tudo não passa de um rumor.

[Fonte: Cinema em Cena]


Matéria do jornal HOJE EM DIA, 30/01/2005

Jornal HOJE EM DIA – Caderno Minas – Belo Horizonte – Domingo 30/01/2005

Por Viviane Moreno

CRESCE A PAIXÃO DOS JOVENS PELO CINEMA

Internet inspira ao exercício crítico


(...) São muitos os blogs e sites relacionados ao assunto. O site www.bocadoinferno.com é um deles e se mantém com ajuda de colaboradores.
Criado há quatro anos pelo professor e músico paulista Marcelo Milici, 28 anos, o Boca do Inferno é especializado em terror/suspense e ficção científica em todas as suas manifestações. Milici também criou uma lista de discussão e um grupo no Orkut (site de relacionamento virtual com quase quatro milhões de usuários em todo o mundo).
Para manter o site atualizado, Milici coleta informações diárias sobre as produções em andamento, costuma frequentar as cabines de imprensa, colecionar DVDs do gênero e assistir cada filme várias vezes, antes de escrever uma resenha. Ele conta que assiste a filmes de terror desde criança (inclusive se aventurou a realizar alguns filmes do gênero na infância) e que esse gênero o fascina por tratar do desconhecido, do sobrenatural, do medo, do incomum. "Mas também sou cinéfilo assumido, e não deixo de conferir a outros gêneros, como ação, comédia e drama, desde que bem narrados, com bom elenco e indicações." Milici se diz decepcionado com certos jovens. "Costumo ir aos cinemas no mínimo uma vez por semana, o que me torna grande fã da telona e do calor do público e sua manifestação diante das cenas. Mas tenho me decepcionado em demasia com os novos jovens que frequentam as salas grandes. Antigamente, o cinema era um lugar de respeito, onde as pessoas cultas ou que buscam lazer levavam amigos e namorada para ter contato com outras épocas, países e culturas. Infelizmente, com a censura branda e a falta de fiscalização adequada, o jovem descobriu no cinema um espaço para bagunçar, arrumar encrenca, chamar a atenção, enfim, tudo menos ver o filme.", acrescentando que chega a sentir saudades do "lanterninha", que não deixava conversar, bagunçar ou mesmo namorar. Apesar disso, Milici diz que o público não tem do que reclamar nos últimos tempos. "Há produções de vários gêneros, com atores consagrados na telinha, divulgação em todas as mídias e histórias cada vez mais interessantes."
Ele sabe das dificuldades para se fazer um filme de qualidade hoje em dia, devido ao pouco incentivo e interesse de patrocínio. "Mas acredito que, com o passar dos anos, o prestígio de, quem sabe, ganhar um Oscar, o Cinema no Brasil tende a ganhar grandes estúdios, gerar produções de qualidade e quantidade. È um processo lento, mas vai ocorrer, com certeza."
Marcelo Milici diz que fica chateado por saber que um cineasta como Zé do Caixão consegue adquirir reconhecimento em outros países, enquanto é motivo de piada em seu próprio país. "Se ele estivesse nos EUA, na França ou Espanha, teria o nome em grandes produções, concorrentes de grandes prêmios."


Exibição é problema do cineasta amador


"È tão fácil fazer cinema amador que acredito que as pessoas só não fazem porque não querem. Elas têm aquela idéia de que é preciso milhares de reais para fazer filmes, mas você pode trabalhar muito bem com o improviso e economia.", diz o jornalista gaúcho Felipe do Monte Guerra, 25 anos, que criou a Necrófilos Produções Artísticas.
Ele conta que o curta-metragem que fez no programa Caldeirão do Hulk custou cerca de R$100, e que seu longa-metragem "Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-Feira 13 do Verão Passado" (2001) custou apenas R$250, e chegou a ser exibido nos cinemas e sua cidade e aparecer no Fantástico. "Ou seja: se pagou umas 100 vezes, só em divulgação.", calcula.
A maior dificuldade é a exibição. "Vendo ou distribuo as fitas para todo o Brasil, mas não tenho uma forma de levar meus filmes pelo país, fazer com que cinemas de outras cidades ou então um canal de TV exibam minhas produções. Esse é o maior problema, porque quem faz filmes quer que o filme seja visto..."
Felipe Guerra conta que resolveu deixar de ser um simples espectador para fazer seu próprio filme quando percebeu que algumas boas idéias eram desperdiçadas em filmes ruins. "Acho que é natural: todo mundo que adora cinema e gosta de escrever sobre cinema sonha fazer cinema.", analisa, acrescentando que quer se profissionalizar num futuro não muito distante.
Ainda este ano ele lança "Canibais & Solidão", uma comédia romântica sobre canibalismo. Também tem roteiros prontos para uma fita de faroeste e uma de zumbis.
O cineasta conta que passou a escrever roteiros, em princípio como brincadeira, sonhando um dia mandar para um estúdio ou Hollywood. "Sonhos de criança...", ressalta. Depois resolveu transformá-los em realidade. "Com a ajuda de um amigo que tinha câmera (no começo dos anos 90 ninguém tinha cãmera), começamos a fazer curtas, de brincadeira, de improviso. Depois passei para produções mais elaboradas. Comprei minha própria câmera, que é amadora, e convidei amigos para atuar. Eles não recebem nem um tostão como salário, trabalham por amor à arte, sujando-se de sangue, de tripas reais de animais e andando seminus...Isso é cinema amador! Eu mesmo crio os efeitos especiais e faço a edição, sem computador, usando dois videocassetes – o tipo mais difícil de edição, mas também o mais barato e à mão"
Felipe Guerra também escreve críticas por um motivo simples: "existem milhares de filmes sobre os quais as pessoas nunca ouviram falar, o que é uma pena, porque mereciam ser descobertos."
Felipe do Monte Guerra começou a se interessar por cinema ainda criança, "naquela época áurea dos cinemas grandes e particulares, longe dos shoppings e multiplexes de hoje em dia." Ele gosta de tudo: "tanto dos filmes bons quanto os ruins ou de qualidade duvidosa. Atualmente, procuro fascinado por filmes bizarros, como o mexicano ‘A Múmia Asteca Contra o Robô Humano’ ou o norte-americano ‘Papai-Noel contra os Marcianos’.


Lançado nas bancas o DVD do filme “MEGIDDO” (2001)

A “FlashStar” fez uma parceria com a “NBO Editora” para lançar nas bancas de jornais alguns DVDs de filmes de horror menos badalados como “Sasquatch – O Abominável” (2002) e “Megiddo” (Megiddo, 2001).
Esse último foi distribuído no final de Janeiro de 2005 encartado na revista “DVD News Home Cinema”, ano 5, número 55, Setembro de 2004, ao custo de R$ 19,90.
Trazendo na capa a manjada tagline “A Batalha entre o Bem e o Mal Começou...”, o filme é uma continuação de “The Omega Code” (99), apresentando um roteiro que volta a explorar o desgastado tema do Apocalipse e a guerra final entre Deus e Lúcifer para decidir o destino da humanidade.
Com um elenco experiente liderado por Michael York e Michael Biehn, e contando ainda com as participações ilustres do alemão Udo Kier, do italiano Franco Nero e do veterano David Hedison (da série de TV “Viagem ao Fundo do Mar”), o DVD de “Megiddo” tem como material extra um trailer de um minuto e meio sem legendas, sinopse (a mesma que está na contra capa), pequenos depoimentos legendados em português do produtor executivo Paul Crouch sobre “A Verdade Bíblica de Megiddo” e de Hal Lindsey sobre “O Apocalipse: A Verdade de Megiddo”, além comentários da equipe técnica sobre os efeitos especiais, breves biografias e filmografias do diretor inglês Brian Trenchard-Smith e dos atores Michael York, Michael Biehn e Diane Venora.