Resenha de “Tarântula” (EUA, 1955)


Escrito originalmente em 25/06/2011.

Os anos 50 do século passado foram muito produtivos para o cinema fantástico, com uma infinidade de bagaceiras super divertidas como “Tarântula” (Tarantula, EUA, 1955), produzido pela Universal em preto e branco, com direção de Jack Arnold e roteiro de Robert M. Fresco e Martin Berkeley.
Curto com apenas 80 minutos de duração, é considerado como um dos mais expressivos filmes com aranhas gigantes, situado dentro do sub-gênero conhecido como “big bug”, ou seja, filmes que apresentam histórias com insetos de tamanhos descomunais como formigas, gafanhotos, louva-deus, vespas e escorpiões. Nesse caso, temos uma tarântula que acidentalmente cresce a uma altura de 30 metros devido ao contato com um hormônio de crescimento de uma fórmula desenvolvida pelo “cientista louco” Prof. Gerald Deemer (o inglês Leo G. Carroll), especialista em biologia nutricional que também se transformou num mutante grotesco por causa da mesma solução química injetada em si mesmo. Trabalhando num laboratório isolado no deserto do Arizona, sua intenção era criar um nutriente especial capaz de auxiliar na alimentação da população mundial, numa preocupação com seu crescimento desenfreado no futuro e os problemas com a fome.
Porém, um casal formado pelo médico local da pequena cidade de “Desert Rock”, Dr. Matt Hastings (John Agar), juntamente com a estudante de biologia Stephanie “Steve” Clayton (Mara Corday), está desconfiado do misterioso trabalho de pesquisa do cientista. Eles tentam investigar o caso e descobrem a ameaça mortal da tarântula gigante faminta por carne, que passa a aterrorizar a região atacando animais e pessoas, sendo combatida por bombas incendiárias dos caças da força aérea americana.
Curiosamente, o então ainda jovem ator Clint Eastwood, tem uma rápida e pequena participação próximo ao final do filme, com o rosto parcialmente coberto por um capacete, no papel do líder do esquadrão de aviões de guerra. Ele que obteve depois um estrondoso sucesso em sua carreira como ator e também como cineasta de grande reconhecimento.
Mesmo sendo uma produção tipicamente de baixo orçamento e pelas dificuldades técnicas existentes numa época de mais de meio século atrás, os efeitos especiais com a aranha gigante são ótimos e impressionam, apesar de obviamente as cenas de ataques do enorme aracnídeo serem escuras de forma proposital para esconder os defeitos e manter ao máximo o clima de tensão.
O diretor Jack Arnold é conhecido por suas incursões no cinema fantástico, sendo o responsável por pérolas como “Veio do Espaço” (53), “O Monstro da Lagoa Negra” (54) e “O Incrível Homem Que Encolheu” (57). A bela atriz Mara Corday esteve também em outro filme de inseto gigante, “O Escorpião Negro” (The Black Scorpion, 1957). O ator John Agar (1921 / 2002) é lembrado por suas participações em inúmeros filmes “B” de horror e ficção científica como “Revenge of the Creature” (1955), “The Mole People” (1956), “The Brain From Planet Arous” (1957), “Attack of the Puppet People” (1958), “Invisible Invaders” (1959), “Journey to the Seventh Planet” (1962), “O Monstro de Vênus” (1966) e  “Women of the Prehistoric Planet” (1967).
“Tarântula” foi lançado em DVD no Brasil pela “Continental”, trazendo como material extra breves biografias de Clint Eastwood e Jack Arnold, além de um trailer original. (por RR)