Divulgação de evento: “VI JORNADA BRASILEIRA DE CINEMA SILENCIOSO”, de 11 a 19/08/12 em São Paulo/SP




*** De 11 a 19 de agosto em São Paulo/SP
*** Entrada Gratuita em Todas as Atividades

Antes de ser a indústria de sonhos que conhecemos hoje, o cinema foi uma atração nas feiras e quermesses do século 19. Parte do espetáculo popular, ao lado de truques, mágicas, e circo, o cinema também satirizava um olhar inovador as contradições de um mundo que se transformava rapidamente em direção à modernidade.  Para criar essa atmosfera de mudanças, a VI JORNADA BRASILEIRA DE CINEMA SILENCIOSO apresenta, entre os dias 11 e 19 de agosto, um experimento coletivo que abordará em diferentes sentidos a mágica do cinema.
Sob curadoria de Adilson Mendes, a VI Jornada traz ao público a mostra LUZES E SOMBRAS - dedicada ao cinema expressionista alemão, CINEMA SOVIÉTICO DOS ANOS 1920 - um panorama sobre a revolução russa, BRASIL – O ESPETÁCULO DE 1922 - filmes que tem como tema a nacionalidade e ainda os já tradicionais DESTAQUES DE PORDEDONE, com título do mais famoso festival dedicado ao gênero.
Na programação das atividades paralelas contamos com o SALÃO DAS NOVIDADES - série de atrações que reencenam a natureza popular do cinema dos primeiros tempos, o curso  “O Cinema Soviético dos anos 1920: Massa e Poder”, com François Albera (professor de História e estética do cinema na Universidade de Lausanne) e uma conferência  com Rielle Navtiski (Universidade da Califórnia) e Eduardo Morettin (ECA/USP) sobre “O Cinema Silencioso Brasileiro e Suas Diferentes Formas de Produção Documental e Ficcional”.
O evento conta ainda com a parceria de músicos que acompanharão ao vivo as principais sessões da Jornada. Sob a curadoria de Juliano Gentile, a Jornada 2012 apresenta as bandas Abaetetuba, Camerata Aberta, Paulo Santos, Psilosamples, Marcelo Armani, Mario Manga, Objeto Amarelo, Maurício Takara, Guilherme Granado, Rogério Martins, entre outros. Todos os filmes da Jornada com acompanhamento  musical serão exibidos na Sala Cinemateca BNDES e em projeção silenciosa na Sala Cinemateca Petrobras.
Para encerrar as atividades da VI JORNADA BRASILEIRA DE CINEMA SILECIOSO, o público é convidado a assistir o clássico "O Gabinete do Dr. Caligari" de Robert Wiene, na fachada do Auditório Ibirapuera, ao ar livre, no domingo, dia 19/08, às 19h, com acompanhamento musical de Mário Manga.

****Programas ****

Luzes e Sombras
O programa LUZES E SOMBRAS exibe produções de diferentes nacionalidades e clássicos do cinema expressionista alemão da década de 1920, marcados pela radicalidade plástica de suas imagens.  Entre as atrações, destaque para “Sombras – uma alucinação noturna”, de Arthur Robinson (Alemanha, 1923, 35 mm, pb com tingimento, 85 min), pelo uso estilizado da luz e dos cenários, que produz uma dramaturgia onírica e ao mesmo tempo opressiva.

As armas da juventude (Die waffen der jugend), de Friedrich Müller, Robert Wiene
Alemanha, 1913, 35mm, tingido, 28 min a  19qps
Estudante foge de colégio interno e é ajudada por dois criminosos. Comédia que marca a estreia de Robert Wiene, de O gabinete do Dr. Caligari e As mãos de Orlac, na direção.

Boytler no Lunapark (Boytler im Lunapark), de Otto Rippert
Alemanha, 1922, 35mm, preto-e-branco, 18 min a 18qps
O ator russo Arkadij Boytler encarna um artista apaixonado por uma moça, e que vê seu amor ser ameaçado por um milionário, que conduz a moça e a mãe para Lunapark. Sem dinheiro, mas determinado, Arcadij entra no parque, e a polícia parte em seu encalço. A perseguição é alucinante e se desenvolve em meio às atrações.

A carruagem fantasma (Körkarlen), de Victor Sjöström
Suécia, 1921, 35mm, tingido, 106 min a 16qps
Na véspera do Ano Novo, três bêbados narram uma lenda que conta que, se a última pessoa a morrer no ano for uma grande pecadora, terá de conduzir a carruagem fantasma, aquele que leva as almas dos mortos. O filme é uma das obras-primas do cineasta e ator sueco Victor Sjöström. Outros quatro filmes seus, O mosteiro de Sendomir, Terje Vigen, O jardineiro e Vento e areia foram exibidos na IV Jornada Brasileira de Cinema Silencioso.

Escada de serviço (Die Hintertreppe), de Leopold Jessner, Paul Leni
Alemanha, 1921, 35mm, preto-e-branco, 49 min a 20qps
Um jovem, apaixonado pela vizinha empregada, desaparece sem deixar rastros. Desiludida, a moça cede aos sentimentos do carteiro, que nutre uma mórbida paixão por ela. Certo dia, o jovem apaixonado retorna. À época, o filme incomodou o público alemão por sua representação da violência e da miséria. Do diretor Paul Leni, a VI Jornada Brasileira de Cinema Silencioso também exibe O gabinete das figuras de cera.

O gabinete das figuras de cera (Das wachsfigurenkabinett), de Leo Birinsky e Paul Leni
Alemanha, 1924, 35mm, preto-e-branco com tingimento, 82 min a 18qps
Um poeta é contratado pelo dono de um museu de cera para escrever contos sobre o califa Harun al-Rashid, Ivan, o Terrível e Jack, o Estripador. Atraído por Eva, filha do proprietário do museu, fantasia histórias extraordinárias nas quais se apaixonam um pelo outro. Um dos principais filmes do expressionismo alemão, com direção de Paul Leni (O homem que ri) e com Werner Krauss, Emil Jannings, e Conrad Veidt encarnando os personagens históricos.

O gabinete do dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari), de Robert Wiene
Alemanha, 1920, 35mm, tingido, 73 min a 18qps
Num pequeno vilarejo da fronteira holandesa, um misterioso hipnotizador, Dr. Caligari, chega acompanhado do sonâmbulo Cesare, que supostamente estaria adormecido por 23 anos. À noite, Cesare perambula pela cidade, concretizando as terríveis previsões do seu mestre. A VI Jornada Brasileira de Cinema Silencioso exibe ainda  mais dois filmes do diretor Robert Wiene: As mãos de Orlac, de 1924 também com Conrad Veidt, e e seu primeiro filme, As armas da juventude, de 1913.

As mãos de Orlac (Orlacs Hände), de Robert Wiene
Alemanha/Áustria, 1924, 35mm, preto-e-branco, 90 min a 22qps
Orlac, um talentoso pianista, sofre um acidente de trem que lhe arranca as mãos. Submetendo-se a um procedimento experimental, recebe mãos de um assassino que acabara de ser executado. Ao descobrir a quem pertenciam, Orlac passa a acreditar que é também capaz de matar. A VI Jornada Brasileira de Cinema Silencioso exibe mais dois filmes do diretor Robert Wiene: O gabinete do Dr. Caligari, de 1920, também com Conrad Veidt; e seu primeiro filme, As armas da juventude, de 1913.

Sombras - Uma alucinação noturna (Schatten - Eine nächtliche Halluzination), de  Arthur Robinson   
Alemanha, 1923, 35mm, tingido, 85 min a 20qps
Thriller psicológico sobre a bela esposa de um rico Barão que se vê assediada por quatro admiradores no meio de um jantar oferecido pelo marido. Em meio ao clima de perfídias e desconfianças, os pretendentes assistem um teatro de sombras representando o que pode lhes acontecer caso continuem tentando algo com a esposa do Barão. A seqüência de abertura, evocando um espetáculo de sombras, apresenta os personagens do filme. O diretor Arthur Robinson realizou em 1935 uma versão sonora de O estudante de Praga.

Cinema Soviético dos anos 1920: Massas e Poder

O Panorama CINEMA SOVIÉTICO DOS ANOS 1920 mostra a experiência da Revolução Russa, em 1917, que suscitou inúmeras respostas artísticas aos acontecimentos que se desenrolavam no plano concreto da História. Além das celebradas produções de mestres de vanguarda como Serguei Eisenstein e Dziga Vertov, cineastas russos também incursionaram por gêneros como o western, a comédia, o folhetim, o épico ou o filme de aventura, dispostos a lidar com a nova experiência social da revolução e com o desafio de representar as massas através da linguagem cinematográfica.  Os filmes “O Raio da Morte”, de Lev Kuleshov (Rússia, 1925, 35mm, pb, 113 min),  e “As extraordinárias Aventuras de Mr. West no País dos  Bolcheviques”, de Liev Kulechov, (Rússia, 1924, 35mm, pb, 80 min)  trazem o impulso da paródia aos gêneros tradicionais da indústria e propõem soluções políticas surpreendentes.

O águia branca (Belyy oryol), de Jakov Protazanov
Rússia, 1928, 35mm, preto-e-branco, 76 min a 22 qps
Pequena província russa bem governada por um político tem sua ordem abalada por uma fábrica em greve. Pressionado pelo Czar, ordena a matança dos grevistas, mas terá que enfrentar a consequência do ato. Protazanov é também diretor da famosa ficção científica Aelita.

Arsenal (Idem), de Aleksander Dovjenko
Rússia, 1929, 35mm, preto-e-branco, 86 min a 18 qps
Logo após a I Guerra Mundial, um soldado ucraniano retorna à sua terra natal. Sua chegada coincide com a celebração da liberdade nacional, mas as festividades estão com os dias contados – a  investida branca luta para retomar o controle do país. Segunda parte da chamada “trilogia ucraniana” de Aleksander Dovjenko.

As extraordinárias aventuras de Mr. West no país dos bolcheviques (Ncobycajnye prikljucenija Mistera Vesta v strane Bol'sevikov), de Liev Kulechov.
Rússia, 1924, 35mm, preto-e-branco, 80 min a 17qps
Um norte-americano ingênuo e sua esposa viajam à recém-fundada União Soviética. Preocupados com os supostos modos selvagens do país, que conheceram através de revistas americanas, acabam caindo nas mãos de um grupo de ladrões disfarçados de contra-revolucionários. Paródia dirigida por Pudovkin, é considerado o primeiro filme anti-americano feito na Rússia.

A menina com o chapéu (Devushka Korobkoy), de Boris Barnet
Rússia, 1927, 35mm, preto-e-branco, 60 min a 18qps
Uma jovem chapeleira e seu avô vivem numa casa de campo nos arredores de Moscou. Um dia, à caminho da capital, conhece um engenheiro com quem se casa ficticiamente, para lhe arranjar um lugar para ficar. Clássica comédia romântica, com Anna Sten no papel principal. A atriz seria chamada de “nova Garbo” ao iniciar sua carreira internacional.

O raio da morte (Luch Smerti), de Lev Kulechov
Rússia, 1925, 35mm, preto-e-branco, 113 min a 17 qps
Uma organização inventa o “raio da morte”. Agentes de inteligência dos países inimigos roubam a invenção, na tentativa de controlar dissidentes. Misto de ficção e filme de espionagem do famoso cineasta russo Lev Kuleshov.

As ruínas do império (Oblomok imperii), de Fridrikh Ermler
Rússia, 1929, 35mm, preto-e-branco, 100 min a 18qps
Sargento do exército do Czar perde o contato de sua amada, que casa com um aristocrata. Quando descobre, ele passa a desdenhar do imperialismo em favor do movimento bolchevista.

Destaques de Pordenone

Como nas edições anteriores, o evento apresenta os DESTAQUES DE PORDENONE, uma seleção de filmes exibidos nas diferentes edições da Giornate Del Cinema Muto de Pordenone, mais tradicional festival dedicado ao cinema silencioso. Neste programa, que reúne curtas e longas de diversas nacionalidades, os destaques são os curtas do programa “Os Perigos do Cinematógrafo” e o longa “Esposa e Mártir”, de Sam Wood (EUA, 1922, pb, com tingimento, 81 min), no qual a diva norte-americana Gloria Swanson contracena com o galã italiano Rodolfo Valentino.

Programa 1:
Os perigos do cinematógrafo: Selecionados por Elif Rongen-Kaynakçi e David Robinson, o programa apresenta curtas produzidos entre 1911 e 1913, e que observam a presença do cinema no cotidiano da época.
At the hour of three, de Wilfred Noy
Inglaterra, 1912, 35mm, preto-e-branco, 14 min a 18qps
Artheme operateur, de Ernest Servaës
França, 1913, 35mm, tingido, 8 min a 18qps
Lost and won
Estados Unidos, 1911, 35mm, tingido, 12 min a 18qps
Amour et science, de M. K. Roche
França, 1912, 35mm, tingido, 14 min a 18qps
The picture idol, de James Young
Estados Unidos, 1912, 35mm, tingido, 15 min a 18qps
A Vitagraph romance, de James Young
Estados Unidos, 1912, 35mm, tingido, 13 min a 18qps
Al cinematografo… guardate e non toccate
Itália, 1912, 35mm, tingido, 7 min a 19qps

Programa 2:
As funny ladies da coleção Desmet: Os filmes deste programa, selecionados por Elif Rongen-Kaynakçi e David Robinson, são comédias interpretadas por mulheres, em curtas produzidos entre 1912 e 1914.

Cunégonde femme du monde
França, 1912, 35mm, preto-e-branco, 7 min a 16qps
Stenographer troubles, de Frederick A. Thomson
Estados Unidos, 1913, 35mm, preto-e-branco, 13 min a 18qps
The lady and her maid, de Bert Angeles
Estados Unidos, 1913, 35mm, tingido, 13 min a 18qps
Acque miracolose, de Eleuterio Rodolfi
Itália, 1914, 35mm, tingido, 10 min a 16qps
Le desespoirde petronille, de Romeo Bosetti e Georges Rémond
França, 1914, 35mm, tingido, 8 min a 18qps  
Tilly in a boarding house, de Hay Plumb
Inglaterra, 1912, 35mm, tingido, 8 min a 18qps
At Coney Island, de Mack Sennett
Estados Unidos, 1912, 35mm, tingido, 7 min a 18qps
Gli inconvenienti della bellezza
Itália, 1912, 35mm, preto-e-branco, 9 min a 18qps

Programa 3:
Esposa e mártir (Beyond the rocks), de Sam Wood. Estados Unidos, 1922, 35mm, preto-e-branco com tingimento, 81 min a 24qps                                (Versão musicada por Henny Vrienten)
A filha de um casal de aristocratas decadentes é pressionada pela família a casar-se com um rico comerciante mais velho. Durante a lua-de-mel, conhece um lorde por quem fica fascinada. Único encontro dos astros Rudolph Valentino e Gloria Swanson. O diretor Sam Wood realizou clássicas comédias como Uma noite na ópera e Um dia nas corridas, e dramas como Por quem os sinos dobram.
 
Programa 4:
O jovem pastor (The little minister) de Penrhyn Stanlaws. Estados Unidos, 1921, 35mm, preto-e-branco com tingimento, 62 min a 20qps
Na Escócia rural, o jovem ministro da igreja local conhece e se apaixona por uma bela cigana. Mas terá que superar uma série de obstáculos para viver este amor. A estrela Betty Compson interpreta a cigana nesta adaptação da peça do autor de Peter Pan, J.M. Barrie.

Brasil: O Espetáculo de 1922

O centenário da independência do Brasil é o tema do programa BRASIL – O ESPETÁCULO DE 1922. Dentro do espírito de euforia, realizadores celebram a nacionalidade e a modernização personificadas nas exposições, feiras, reuniões e inaugurações oficiais. A série de documentários reunidos no programa são testemunhos ricos e praticamente inexplorados de um momento importante da história do cinema brasileiro.

1922: a exposição da Independência, Roberto Kahané e Domingos Demasi. Companhia produtora: Batoque Cinematográphica                                                            Amazonas, 1970, 35mm, cor, 15 min a 24qps
Entre 1922 e 1923, foi realizada no Rio de Janeiro a Exposição Internacional da Independência, em comemoração ao seu centenário. O cineasta Silvino Santos (1893 - 1970) documentou as atividades da Exposição. Este filme é a reconstituição de seu trabalho, em que as imagens foram recuperadas, obedecendo um critério informativo de arquivos da época, e a banda sonora, uma ambientação musical da década de 20.

A chegada dos aviadores portugueses  (Companhia produtora: Carioca Filmes).
Operador: Alberto Botelho. São Paulo, 1922, 35mm, preto-e-branco, 7 min a 16qps
Registro da chegada dos aviadores Sacadura Cabral e Gago Coutinho em São Paulo. O trem chega à estação da Luz. Na saída, os aviadores são recebidos pela multidão até os carros que os levarão ao hotel.
Exposição nacional do centenário da Independência no Brasil em 1922 (Companhia produtora: Brasília Filme), Produção: Macedo e Oliveira. Rio de Janeiro, 1922, 35mm, preto-e-branco, 10 min a 16qps
Registro da exposição comemorativa do centenário da Independência no Rio de Janeiro. Stands expõem produtos como locomotivas, máquinas para fabricação de meias, betoneira, máquina de fabricação de gelo, bombas, velas para carros, automóveis etc. Uma pianista e um cantor apresentam-se no local.
Ipiranga (Título atribuído), Produção: Armando Pamplona. São Paulo, 1922, 35mm, preto-e-branco, 35 min a 16qps
Registro da construção do museu e monumento no parque do Ipiranga em São Paulo: a preparação do terreno, algumas máquinas, trabalhadores, carroças, escavação. Vista geral de toda a área da construção. Avenida, bondes, trabalhadores, vista do bairro.
Rio - Anos 20 - Carnaval (Título atribuído), Operador: Silvino Santos. Rio de Janeiro, 1922 - 1926, 35mm, preto-e-branco, 7 min a 16qps
Registro do carnaval carioca da década de 1920: pessoas nas ruas, desfiles militares, cerimônias oficiais. Carros alegóricos são puxados por cavalos nas ruas, enquanto pessoas acompanham o desfile nas calçadas. Na rua, a movimentação de carros. A praia de Copacabana deserta. A fachada do prédio da Assembléia Legislativa. Pessoas passeiam na praça.

***Atividades Paralelas***

Salão das Novidades

Pátio da Cinemateca Brasileira – 11, 12, 18 e 19 de agosto das 16h às 21h (entrada livre).

Antes de confirmar sua hegemonia no mundo do entretenimento mercantilizado, antes de ter um lugar instituído na cidade, a “sala de cinema”, ele era uma atração entre outras nas feiras, quermesses e salões. Nesse cinema dos primeiros tempos é forte a presença do circo, do vaudeville, do teatro de bulevar e de outros gêneros de espetáculo.  Na VI Jornada, o público poderá contar com uma série de atrações que reencenam a natureza popular do cinema dos primeiros tempos por meio de apresentações, performances e circo como A Mulher Barbada, Teatro dos Bonecos, Tenda de Caligari, O Ilusionista, entre outros.

Cinema Soviético dos anos 1920: Massa e Poder   - curso com François Albera

Sala Cinemateca Petrobras – 14/08 (terça-feira) até 17/8 (sexta-feira) das 16h30 às 18h - As inscrições serão feitas no primeiro dia, no local.

A Revolução Russa em 1917 colocou em pauta novos problemas para seus cineastas. Uma das principais questões foi a maneira de representar cinematograficamente as massas
que chegavam ao poder. Diferentes opções estéticas se desenvolveram a partir do trato com gêneros cinematográficos da indústria como o western, o filme de aventura, a comédia,
o folhetim e o épico. Tais questões serão abordadas em quatro conferências por François Albera, professor de História e estética do cinema na Universidade de Lausanne.

Cinema Brasileiro dos anos 20 - conferência com Rielle Navitski e Eduardo Morettin

Sala Cinemateca Petrobras – 12/08 (domingo) às 16h30 – Aberta ao Público

O cinema silencioso brasileiro foi marcado pela celebração de solenidades oficiais, em detrimento de experiências com o cinema de ficção. A partir desta constatação, e a fim de compreender este fenômeno, Rielle Navitski, pesquisadora da Universidade de Berkely, discute a produção de filmes ficcionais inspirados por crimes famosos, enquanto Eduardo Morettin, professor da ECA/USP, discute as relações entre Estado e cinema no contexto das comemorações do Centenário de Independência do Brasil em 1922.

Serviço

VI Jornada Brasileira de Cinema Silencioso
De 11 a 19 de agosto
Entrada Gratuita
Programação não recomendada para menores de 14 anos.

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br
ENTRADA FRANCA

AUDITÓRIO IBIRAPUERA
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº
Parque do Ibirapuera – portão 2
Outras informações: (11) 3223-3966
www.auditorioibirapuera.com.br
ENTRADA FRANCA

PROGRAMAÇÃO VI JORNADA

11.08 | SÁBADO
ÁREA EXTERNA
16h         SALÃO DAS NOVIDADES
21h        “As Extraordinárias Aventuras de Mr. West no País dos Bolcheviques” /  Acompanhamento Musical  Objeto Amarelo
SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30     “A Menina Com Chapéu”
18h30     “As Armas da Juventude” /”Escada de Serviço”
20h        “Os Perigos do Cinematógrafo”
Perils of the Pictures from the Desmet Collection: AT THE HOUR OF THREE| ARTHEME OPERATEUR| LOST AND WON| AMOUR ET SCIENCE| ÉCLAIR/ MJ ROCHE| THE PICTURE IDOL| A VITAGRAPH ROMANCE| AL CINEMATOGRAFO... GUARDATE E NON TOCCATE

12.08 | DOMINGO

ÁREA EXTERNA
16h         SALÃO DAS NOVIDADES
SALA CINEMATECA BNDES
19h         “Arsenal”| Acompanhamento Musical “Camarata Aberta”
21h       Arkdji Bojtler / “Sombras: Uma Alucinação Noturna”| Acompanhamento Musical “Abaetetuba”

SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30      Conferência – “O Cinema Brasileiro nos anos 20”

18h30     “A Carruagem Fantasma”
               
13.08 | SEGUNDA
SALA CINEMATECA BNDES
21h         Programa Brasil: O Espetáculo de 1922| Acompanhamento Psilosamples
Chegada dos Aviadores Portugueses| Ipiranga RIO – Anos 20 – Carnaval| 1922: A Exposição da Independência| Exposição Nacional do Centenário da Independência do Brasil em 1922.


SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30     Funny Ladies da Coleção Desmet
CUNÉGONDE FEMME DU MONDE| STENOGRAPHER TROUBLES| THE LADY AND HER MAID| ACQUE MIRACOLOSELE  DESESPOIRDE PETRONILLE| TILLY IN A BOARDING| HOUSE UK, 1912| AT CONEY ISLAND| GLI INCONVENIENTI DELLA
20h30     A Menina com Chapéu

14.08 | TERÇA

SALA CINEMATECA BNDES
21h         O Raio da Morte | Acompanhamento Abaetetuba

SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30     Curso – Cinema Soviético dos Anos 1920: Massas e Poder
18h30     As Ruinas do Império
20h30     Esposa e Mártir (Beyond The Rocks)

15.08 | QUARTA

SALA CINEMATECA BNDES
19h         A Carruagem Fantasma | Acompanhamento musical de Marcelo Armani
21h         Os Perigos do Cinematógrafo / Acompanhamento Bonimenteur
Perils of the Pictures from the Desmet Collection: AT THE HOUR OF THREE| ARTHEME OPERATEUR| LOST AND WON| AMOUR ET SCIENCE| THE PICTURE IDOL| A VITAGRAPH ROMANCE| AL CINEMATOGRAFO...GUARDATE E NON TOCCATE

SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30     Curso – Cinema Soviético dos Anos 1920: Massas e Poder
18h30     As Extraordinárias Aventuras de Mr. West no País dos Bolcheviques
20h30     O Gabinete do Dr. Caligari

16.08 | QUINTA

SALA CINEMATECA BNDES
21h         As Mãos de Orlac | Acompanhamento Mauricio Takara, Guilherme Granado e Rogério Martins

SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30     Curso – Cinema Soviético dos Anos 1920: Massas e Poder
18h30     O Jovem Pastor
20h30     Arkdji Bojtler / Sombras: Uma Alucinação Noturna
               
17.08 | SEXTA

SALA CINEMATECA BNDES
21h         As Ruínas do Império | Acompanhamento Paulo Santos

SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30     Curso – Cinema Soviético dos Anos 1920: Massas e Poder
18h30     As Mãos de Orlac
20h30     Arsenal

18.08 | SÁBADO

ÁREA EXTERNA
16h       SALÃO DAS NOVIDADES

SALA CINEMATECA BNDES
17h         Lançamento livro “Modernidade e Vanguarda do Cinema” de Francois Albera (Cinemateca Brasileira e Azougue Editorial)
19h         Funny Ladies da Coleção Desmet|  Acompanhamento Paulo Santos
CUNÉGONDE FEMME DU MONDE| STENOGRAPHER TROUBLES| THE LADY AND HER MAID| ACQUE MIRACOLOSE| LE  DESESPOIRDE PETRONILLE| TILLY IN A BOARDING HOUSE UK| AT CONEY ISLAND| GLI INCONVENIENTI DELLA BELLEZZA

21h         O Gabinete das Figuras de Cera | Acompanhamento Camarata Aberta

SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30     A Carruagem Fantasma
18h30     O Raio da Morte
20h30     Programa Brasil: o espetáculo de 1922
A Chegada dos Aviadores Portugueses| Ipiranga 1922| RIO – anos 20| 1922: A Exposição da Independência| Exposição nacional do centenário da Independência do Brasil em 1922

19.08 | DOMINGO

ÁREA EXTERNA
16h         Salão das novidades

SALA CINEMATECA BNDES
17h         Esposa e Mártir (Beyond The Rocks) | Acompanhamento Bonimenteur
19h         O Águia Branca

SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30     O Jovem Pastor

AUDITÓRIO IBIRAPUERA
19h         O Gabinete do Dr Caligari | Acompanhamento Mário Manga   

MÚSICOS CONVIDADOS:

ABAETETUBA: capital paulista 2004 improvisação. Atualmente é formado por Antonio Panda Gianfratti (percussão), Rodrigo Montoya (violão e shamisen), Thomas Rohrer (sax e rabeca) e Luiz Gubeissi (contrabaixo). Já realizou turnês na Europa em festivais na Espanha, Holanda e Inglaterra, além de ter colaborado com improvisadores de diversas partes do mundo como Marcio Mattos, John Edwards, Sabu Toyozumi, Han Bennink, Phil Minton, Hans Koch, Ab Baars, John Russell, Roger Turner, Urs Leimgruber e muitos outros. São utilizados instrumentos musicais provenientes da cultura folclórica brasileira, medieval, japonesa, europeia e os de criação própria em seu repertório.

CAMERATA ABERTA: grupo residente da Escola de Música do Estado de São Paulo - Tom Jobim dedicado ao repertório do século XX e XXI. Formado por 16 músicos especializados nas – flauta, oboé, clarinete, fagote, trompa, trompete, trombone, dois percussionistas, dois pianos, dois violinos, viola, violoncelo e contrabaixo.

MÁRIO MANGA: formado em Composição pelo Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.  Fundou os grupos “Premeditando o Breque” e “Musica Ligeira”. Produziu diversos artistas como Ivan Lins, Chico César, entre outros. Compôs trilhas sonoras para cinema, peças de teatro, documentários, seriados e circo. Foi diretor musical do Festival de Musica Popular Brasileira da TV Cultura em 2005. Compõe, arranja, produz, toca violoncelo, bandolim, violão, cavaquinho, violão tenor, mas onde ele se diverte mesmo é na guitarra elétrica.

MAURÍCIO TAKARA E GUILHERME GRANADO: envolvidos no cenário musical brasileiro desde o início dos anos 90. Inicialmente ambos tiveram bandas ligadas ao punk rock e hardcore. Em 1998 juntamente com Marcos Gerez, Mario Cappi e Fernando Cappi formaram o Hurtmold, grupo que possui 5 registros lançados, turnês pelo país e exterior e parcerias que incluem nomes como o norte americano Rob Mazurek, Paulo Santos (Uakti), Marcelo Camelo e Thomas Rohrer. São também integrantes do São Paulo Underground e ambos possuem trabalhos solo e projetos (M.Takara 3, Bodes & Elefantes, Mundo Tigre, Guilherme Granado).
Individualmente colaboraram com os artistas Naná Vasconcelos, Pharoah Sanders, Bill Dixon, Roscoe Mitchell, Prefuse 73, Dan Bitney (Tortoise), Joe Lally (Fugazi), Mike Ladd, High Priest, entre outros.

MARCELO ARMANI: desenvolveu a sua musicalidade como músico autoditada, focando-se em bateria e percussão. Em 2006 cursou Licenciatura em Música pelo IPA Metodista. Em 2008 iniciou o seu trabalho como músico solista, desenvolvendo uma pesquisa sonora que têm como características a livre improvisação / composição instantânea, a música eletroacústica, o minimalismo e a música concreta. Ao vivo, o artista trata de colocar em diálogo os sons de instrumentos convencionais – bateria, percussão, metalofone e clarinete – com materiais e objetos plásticos, metálicos e vítreos – esferas metálicas, canos de PVC, barras roscadas e sinos. Estes sons são processados através de máquinas de loop, efeitos e samplers, criando ambientes e texturas não convencionais em tempo real. Realizou inúmeros concertos e participou de diversos festivais nacionais e internacionais. Em 2012, fundou o selo 1take independent label, cujo caráter é focado na produção de materiais que se enquadram na livre improvisação ou na composição instantânea, em trabalhos experimentais que dialoguem com processos eletroacústicos, minimalistas e na exploração de novas sonoridades. Atualmente, trabalha em um novo projeto sonoro intitulado “The Mountain Eyes” e ministra oficinas de improvisação livre e dirigida.

OBJETO AMARELO: Carlos Issa, músico e artista visual paulistano, é o nome por trás do projeto de música experimental Objeto Amarelo, criado em 1999. Tocando todos os instrumentos e usando um estúdio portátil de quatro canais, produziu 7 discos e uma fita K7 que ganharam a mídia especializada. Considerando palco e estúdio ambientes com possibilidades diferentes, o repertório dos shows do Objeto não tenta reproduzir as músicas apresentadas nos discos, mas surge antes como complemento e resposta. Constantemente alterando formações e buscando novos espaços para performances, fez diversas apresentações em galerias de arte, festivais e shows caseiros, expandindo o circuito da música alternativa e promovendo seu encontro com a arte sonora. Ao lado da música, desenvolveu sua linguagem visual com o design de capas e cartazes e participou de exposições na França, Inglaterra e Espanha. Em 2010 vê esse registro apresentado na sessão Mauditos, a parte histórica da Transfer, a mostra brasileira de arte urbana. Atualmente, o Objeto Amarelo lança seus discos por selo próprio, o POAP, em edições limitadas.

PAULO SANTOS: um dos integrantes do grupo mineiro Uakti, conhecido por utilizar instrumentos musicais não convencionais, construídos pelo próprio grupo. Além desse trabalho, Paulo desenvolveu também uma parceria com o vídeo maker Eder Santos para o Poscatidevenum (1993), espetáculo multimídia para o qual foram criadas imagens projetadas e um vídeo de documentação, que acabou gerando o CD “Música para Performances”, concentrando algumas passagens de composições de trilhas para vídeos e performances de Eder Santos, premiados no Brasil e no exterior. Em 2008 dividiu o palco com a banda paulista Hurtmold no Festival Eletronika, em Belo Horizonte, onde participou com instrumentos de sopro e percussão em algumas músicas do sexteto. A parceria rendeu ainda mais duas apresentações.

PSILOSAMPLES: resultado da produção do mineiro Zé Rolê, um artista nascido e criado na pequena cidade de Pouso Alegre, localizada no sul do Estado. De maneira bem natural, o ambiente rural que envolve sua vida – muito verde, pasto, cachorros latindo e uma enorme tranquilidade – acabou, num ótimo sentido, contaminando a música de Rolê. Sua sonoridade mistura os temas, as cantigas, os folclores, as cirandas e os forrós da tradicional cultura popular brasileira com a música eletrônica, em especial o techno e o IDM. Atualmente Psilosamples prepara seu segundo disco, intitulado Mental Surf. O trabalho já tem distribuição garantida no Japão pelo mesmo selo (Octave/ Ultravibe) que representa artistas como Cut Chemist, Madlib, Burial, entre outros. Apresentou-se recentemente nas edições paulistana e catalã do festival Sónar.

ROGÉRIO MARTINS: sexto integrante do Hurtmold entrou para a banda em 2003, e é responsável pela percussão e sopros (clarone/clarinete). Além do Hurtmold é membro do M.Takara 3 e Bodes & Elefantes, faz shows especiais com o trio de RAP paulistano Elo da Corrente e também acompanha o músico carioca Marcelo Camelo, em seu trabalho solo.