Comentário de filme bagaceiro: “Os Adolescentes do Espaço” (Teenagers From Outer Space, 1959)


O filme é de 1959, com fotografia em preto e branco, além de direção, roteiro e produção de Tom Graeff (que também atuou como um repórter investigativo). Trata-se da bagaceira “Os Adolescentes do Espaço” (Teenagers From Outer Space), lançado em DVD no Brasil pela extinta “Works” na “Sci-Fi Collection”, num mesmo disco trazendo o ultra trash “Papai Noel Conquista os Marcianos” (Santa Claus Conquers the Martians, 1964), de Nicholas Webster.
Um disco voador chega à Terra com uma expedição de alienígenas parecidos com humanos. Sua missão é testar as condições climáticas de nosso planeta para validar a criação de “gargons”, animais similares a lagostas, que crescem em tamanhos descomunais e servem de alimento para os extraterrestres. A equipe é formada pelo capitão (Robert King Moody) e outros tripulantes jovens adolescentes como Derek (David Love), Thor (Bryan Grant), Moreal (Ralph Lowe) e Saul (Bill DeLand). Eles vêm de um planeta com um governo totalitário e militar, e procuram um local adequado para a criação de seu “gado”, independente das conseqüências destrutivas causadas pelos “gargons”.
Derek não concorda com o plano maquiavélico contra a Terra e decide se rebelar fugindo dos companheiros e sendo perseguido por Thor. O jovem alienígena entra em contato com a bela Betty Morgan (Dawn Anderson), que o recebe em sua casa, surgindo um inevitável romance entre eles. Porém, além de Derek ter que lutar contra a ameaça de Thor, armado com uma pistola com um poderoso raio invisível capaz de transformar suas vítimas em esqueletos, ele terá também que impedir seus semelhantes de invadir a Terra com os terríveis monstros parecidos com lagostas gigantes.
A história é inacreditavelmente ingênua, com diálogos superficiais e eventos convenientes demais para facilitar o trabalho de roteiro. Os atores são péssimos e amadores ao extremo (as expressões faciais são sempre as mesmas, ou quando mudam, são de uma artificialidade exagerada). A tentativa de apresentar o monstro ameaçando uma cidade é hilária de tão pobre e ridícula (nada mais do que uma sombra tentando simular uma criatura gigante).
Mas, essas são exatamente as características de um filme “trash” genuíno e autêntico. E um fato evidente que se pode observar é a honestidade dos envolvidos na produção em tentar fazer um filme sério de ficção científica com elementos de suspense e horror, mas cujo resultado final é ruim, por causa da falta de recursos e principalmente pela incompetência total da equipe, desde atores até os responsáveis pelas funções técnicas.
Então, é justamente por tudo isso, pela história absurda e produção tosca, que filmes como esse “Os Adolescentes do Espaço” despertam o interesse pelo cinema fantástico bagaceiro, instigando a curiosidade dos fãs de tranqueiras antigas, e garantindo um leve e rápido entretenimento descompromissado, além de servir como registro do cinema “trash” oriundo do nostálgico período entre os anos 50 e 60 do século passado.

Nós somos a raça suprema. Nós temos as armas supremas.” - Capitão