Comentário de filme: “Palhaço Assassino” (Clownhouse, 1989), escrito e dirigido por Victor Salva


Nenhum homem pode se esconder de seus medos. Eles fazem parte dele. Eles sempre saberão onde ele está escondido

Três irmãos adolescentes, o caçula Casey Collins (Nathan Forrest Winters), Geoffrey (Brian McHugh) e o mais velho Randy (Sam Rockwell), passam a noite sozinhos numa grande casa (o pai está ausente por causa do trabalho e a mãe está fora visitando parentes). Paralelamente, três doentes mentais perigosos escapam de uma clínica psiquiátrica e vão até um circo instalado na região. Eles matam os palhaços que acabaram de fazer uma apresentação e tomam suas fantasias, pintando os rostos e transformando-se nos lunáticos Cheezo (Michael Jerome West), Bippo (Byron Weible) e Dippo (David C. Reinecker), que decidem aterrorizar os jovens, especialmente o coulrofóbico Casey.

Quando o assunto é filme de horror com palhaços, um dos mais lembrados é “Palhaço Assassino” (Clownhouse, 1989), escrito e dirigido por Victor Salva, cineasta mais conhecido por “Olhos Famintos” (Jeepers Creepers, 2001) e a seqüência de 2003. O título nacional é bem ruim e apelativo e quase se confunde com “Palhaços Assassinos”, uma bagaceira cultuada misturando horror e ficção científica, com alienígenas parecidos com palhaços chegando ao nosso planeta e se alimentando dos humanos, cujo título original é o sonoro “Killer Clowns From Outer Space”.
“Clownhouse” aborda intencionalmente a coulrofobia, ou seja, o medo de palhaços, um tema também visto em outros filmes como “It – A Obra Prima do Medo” (It, 1990), baseado em texto de Stephen King. Ele lembra um pouco “Sozinho no Escuro” (Alone in the Dark, 1982), que também tem um grupo de quatro maníacos (com Jack Palance e Martin Landau entre eles) fugindo de um hospício e aterrorizando um grupo de pessoas isoladas numa casa (com Donald Pleasence à frente).
Mas “Palhaço Assassino” não apresenta nada de especial, limitando-se a explorar a fobia por palhaços com um grupo de jovens sendo perseguidos e lutando por suas vidas. Temos algumas boas doses de suspense e as correrias de praxe. Mas, no final, tudo é comum e sem grandes atrativos. Vale conhecer o filme pela curiosidade do tema e por Victor Salva, que ganhou certa notoriedade pela franquia “Olhos Famintos”.